Alberto Fernández pediu a demissão de Matías Kulfas - maracódigital.net

2022-09-17 01:50:28 By : Ms. Cindy Guo

O presidente Alberto Fernández pediu a renúncia de Matías Kulfas, depois de considerar "eticamente reprovável" a divulgação de um relatório "off" sobre o processo de licitação do gasoduto Néstor Kirchner, em um dia que começou com a acusação da vice-presidente Cristina Fernández de " funcionários do próprio governo" por "realizar ataques, sem mostrar o rosto, mentir e usar jornalistas".Fernández pediu a renúncia de Kulfas, pouco depois de apontar em sua conta oficial no Twitter, que considerava "eticamente repreensível falar em detrimento de outro" e que não endossava "esses procedimentos";A decisão foi comunicada às 14h20 pela porta-voz da Presidência, Gabriela Cerruti.Nos mais altos níveis do Executivo, lamentaram a saída de Kulfas do governo, mas consideraram um grande erro usar um texto fora da tela como resposta ao que Cristina Fernández de Kirchner havia levantado na noite de sexta-feira em Tecnópolis, onde ela solicitou que o Grupo Techint "faça aqui, na Argentina, a chapa laminada que produz no Brasil, para as tubulações" necessárias para o gasoduto.O contraponto ganhava tensão esta tarde, depois que a estatal Energía Argentina (ex-Enarsa), reproduziu integralmente a baixa por meio de um comunicado, no qual a qualificou como uma "nota desprovida de conhecimento técnico", em particular do processo processo de licitação, e onde também rejeitou a acusação de que "um documento de licitação sob medida para a Techint" havia sido montado.Da Energía Argentina destacaram que o traçado do gasoduto requer "escopos técnicos" específicos, que determinam "a espessura dos tubos" a serem utilizados, e assim responderam a um dos pontos que a nota atribuiu à carteira de Desenvolvimento Produtivo repreendeu-os por, supostamente, terem elaborado "um edital sob medida para a Techint", porque a chapa que esse grupo empresarial fabrica no Brasil tem 33 mm de espessura, quando são usados ​​tubos de 31 mm na Europa."Antes de iniciar o processo de licitação, a Energía Argentina passou a solicitar à Câmara Argentina de Fabricantes de Tubos e Tubos de Aço que indicasse quais empresas poderiam atender a esses requisitos técnicos. A resposta foi que apenas a SIAT SA atendeu", responderam da empresa, acrescentando que apesar disso, eles realizaram "um processo de licitação internacional para convocar empresas estrangeiras", mas no final apenas a SIAT SA apresentou uma oferta.A SIAT SA, única fornecedora para o fornecimento de chapas laminadas, é controlada pela Tenaris, empresa do grupo Techint que fabrica tubos e presta serviços para o setor de energia, enquanto para a aquisição de válvulas, acrescentou da Energía Argentina, "a licitação de processo ainda está em aberto, e será declarado vencida porque nenhuma das propostas cumpre os prazos de entrega solicitados".Com essas declarações, a empresa responsável pela licitação rejeitou as duas questões contidas na reportagem off-screen, o suposto favorecimento da Techint e a adjudicação a "um importador estrangeiro, em vez de um fabricante argentino que oferecia preços e condições semelhantes, violando a compra nacional".Na mesma linha, o secretário de Energia, Darío Martínez, se pronunciou negando as críticas ao processo licitatório, repostando a negação da Energy Argentina de suas redes, e comentou que "as obras do gasoduto Néstor Kirchner foram realizadas de acordo com todas as especificações técnicas, e atendendo todos os prazos exigidos por um projeto tão importante".Na sexta-feira, ao final do evento do centenário da YPF em Villa Martelli, Kulfas havia se referido à alegação do vice-presidente de que a Techint transferiria uma linha de produção para a Argentina para fabricar chapas laminadas no país, e não importá-las do Brasil.Em um diálogo de rádio com a AM750, disse que a IEA (antiga Energía Argentina) é liderada "por pessoas que têm uma relação muito próxima" com ela, e é "a empresa que faz a licitação (do gasoduto), e aquele que estabeleceu as condições."Ao meio-dia deste sábado, a chefe do Senado definiu as críticas ao processo licitatório como "ataques" de "funcionários do próprio governo da Frente de Todos", que considerou "muito injustos" e "dolorosos", mas "o pior tudo", insistiu, é que sejam executados "sem mostrar a cara, em off, mentindo e usando jornalistas".Na sequência do pedido de demissão de Kulfas, que desempenhou um papel muito importante na equipa económica, o Executivo terá de resolver a continuidade de muitos dos principais responsáveis ​​que com ele trabalham, mas também deve definir o nome e o perfil de um substituto, um decisão que está prevista para segunda-feira, um dia antes de o presidente partir para Los Angeles para participar da IX Cúpula das Américas.Envie-nos a sua mensagem, consulta ou sugestão para o seguinte endereço: maracodigitalredaccion@gmail.com.Ou preencha o seguinte formulário: