Íntegra do debate para o governo de SP promovido pelo UOL

2022-09-17 01:46:34 By : Mr. frank lin

Do UOL, em São Paulo

O debate promovido por UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura entre a noite desta terça-feira (13) e a madrugada de hoje teve tentativa de intimidação à jornalista Vera Magalhães, nacionalização do debate e ataques ao governador Rodrigo Garcia (PSDB), que se defendeu dizendo não ter padrinho político.

Em um momento de descontração, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) conversaram amistosamente pouco antes do debate —o candidato petista chegou a soltar uma gargalhada. Figurantes, os candidatos do PDT e do Novo foram ofuscados pelos pais. Leia abaixo a íntegra do debate.

[Leão Serva]: Boa noite!

[Fabíola Cidral]: Boa noite!

[Leão Serva]: Começa agora mais um espetáculo da democracia brasileira. Um encontro para que os candidatos a governador de São Paulo apresentem suas ideias e planos de governo aos moradores do estado mais populoso e com a economia mais dinâmica do país.

[Fabíola Cidral]: No próximo dia 02 de outubro, um desses candidatos, de diferentes partidos e ideologias, será eleito para ocupar, pelos quatro anos, o Palácio dos Bandeirantes.

[Leão Serva]: Desde a redemocratização, debates como este se tornaram uma das principais oportunidades para que o eleitor forme a opinião e decida seu voto. Este evento tem a promoção conjunta da Rádio e TV Cultura, Folha de São Paulo e UOL.

[Fabíola Cidral]: Lembrando que este debate está sendo transmitido neste momento também, em tempo real, na Internet pelas páginas da Folha, do UOL, e pelas Rádios Cultura FM e Cultura Brasil, além também dos canais nas redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e TikTok.

[Leão Serva]: Os candidatos estão posicionados no palco da esquerda para a direita do vídeo, conforme a ordem de um sorteio realizado na quinta-feira passada, na presença de todas as candidaturas, são eles: Vinícius Poit, do Partido Novo; Elvis Cezar, do PDT; Rodrigo Garcia, do PSDB; Fernando Haddad, do PT; e Tarcísio de Freitas, do Republicanos. Agora nós vamos ver as regras do debate.

[locutora]: No primeiro bloco, os cinco candidatos, conforme a ordem do palco, respondem, em um minuto, a uma pergunta sobre tema de programa de governo a ser sorteado na hora. As perguntas serão feitas pela jornalista Fabíola Cidral, apresentadora do UOL.

Em seguida, o primeiro confronto direto entre os candidatos: candidato indicado por ordem de sorteio escolhe outro candidato para responder à pergunta, que deve ter, no máximo, 45 segundos. A resposta terá 3 minutos, que podem ser divididos entre resposta de pelo menos um minuto e a tréplica.

O candidato que fez a pergunta tem direito a uma réplica de um minuto. Todos os candidatos perguntarão uma vez, e todos responderão uma vez. No segundo bloco, jornalistas das empresas que compõem o Pool fazem perguntas aos candidatos. Perguntas de 45 segundos e respostas de 3 minutos.

Todos os candidatos são perguntados. Em seguida, mais um segmento de confronto direto. Candidatos indicados, em ordem por sorteio na quinta-feira, escolhem um outro candidato para responder, com réplica e tréplica. Cada candidato pergunta uma vez e responde uma vez.

Os tempos são os mesmos do primeiro confronto. No terceiro bloco, um novo segmento de perguntas de jornalistas do Pool. O jornalista escolhe um candidato para responder e outro candidato para comentar a resposta. As respostas têm 3 minutos, que podem ser divididos entre resposta de no mínimo um minuto e a réplica.

O comentário tem um minuto e meio. Encerrando o debate, os candidatos fazem as suas despedidas em um minuto e meio. A ordem será inversa à abertura do debate. Em caso exclusivamente de ofensa moral e pessoal, e quando o candidato citado por terceiro não estiver em sua vez de falar, ou perguntar, poderá solicitar ao mediador direito de resposta imediatamente após o término da fala.

O mediador submeterá a avaliação ao comitê formado por dois jornalistas do Pool e um advogado. A resposta será dada ainda no mesmo bloco. Na hipótese de deferimento do pedido de resposta, serão concedidos 45 segundos.

[Leão Serva]: Vamos então às perguntas sobre programas de governo. Fabíola?

[Fabíola Cidral]: Vamos lá, Leão, vamos sortear os temas.

[Leão Serva]: Primeiro candidato a responder: Vinícius Poit. Ele falará sobre Segurança pública.

[Fabíola Cidral]: Segurança pública. Olá, candidato, boa noite, seja muito bem-vindo ao nosso debate, obrigada pela sua participação. A pergunta sobre segurança pública tem a ver com o combate ao racismo estrutural e sistêmico que existe na nossa sociedade, inclusive na área de segurança pública.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que 60% da população carcerária no Estado de São Paulo é composta por negros. 65% dos mortos em confrontos com a polícia no Estado de São Paulo são negros.

As duas perguntas que eu gostaria de fazer — na verdade uma tem a ver com a outra —, por que a polícia mata mais negros do que brancos e, caso o senhor seja eleito, quais serão seus projetos para que o senhor reduza isso e acabe com o racismo na segurança pública? O senhor tem um minuto para sua resposta.

[Vinícius Poit]: Primeiro, boa noite a todos. Queria aproveitar para me apresentar: eu sou o Vinícius Poit, empreendedor, único candidato aqui, gente, que não tem rabo preso com ninguém. O único candidato que não tem padrinho e não deve para político nenhum. Eu devo satisfação para você que está em casa e que quer um governo novo de verdade, empreendedor para tocar esse estado para frente.

Fabíola, essa pergunta é muito importante, e eu começo dando exemplo na minha chapa, buscando a Doris Alves, a minha vice-governadora: negra, mulher com muito orgulho e que conhece tudo de segurança pública, muito mais de segurança cidadã, de ter aquela polícia que retoma a confiança das pessoas.

Nós vamos fortalecer, inclusive, as guardas municipais, que é de onde a Doris vem, a experiência que ela tem. Nós vamos integrar as polícias: Polícia Civil, Polícia Militar, trabalhando mais perto, com mais dados e oferecendo apoio para a população não só com a polícia combatendo o crime, mas oferecendo o Estado também oportunidade.

[Leão Serva]: A segunda pergunta é para o candidato Elvis Cezar. O tema será? meio ambiente.

[Fabíola Cidral]: Candidato Elvis Cezar, muito obrigada pela sua participação, uma boa noite ao senhor. A pergunta sobre o meio ambiente tem a ver com crise hídrica. O Sistema Cantareira opera, neste momento, com apenas 32% de sua capacidade. No ano passado, o país já registrou a maior seca em 91 anos.

A expectativa para o próximo ano é de um novo período de estiagem. Como que o governo pode atuar para evitar falta d'água e a necessidade de um racionamento, como aconteceu já em crises hídricas aqui no Estado de São Paulo? O senhor tem um minuto para sua resposta.

[Elvis Cezar]: Uma boa noite a todos, eu agradeço a oportunidade à TV Cultura, à Folha de São Paulo e ao UOL. Quero também mencionar aqui a presença da minha vice, Gleides Sodré, e falar a respeito. Fui presidente do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano no auge da crise hídrica e pude contestar e apoiar todas as medidas a efeito do novo Sistema São Lourenço. Nós vamos expandir essas obras.

E do mesmo modo, falar com as pessoas, com a eficiência da Sabesp, para que nós possamos assim mitigar os vazamentos e ter eficiência maior na prestação de serviços hídricos em São Paulo. Esse é o modo: recuperação de toda a mata ciliar e o Projeto Nascentes são fundamentais para o meio ambiente em São Paulo. Quero falar que sou Elvis, fui quatro vezes o melhor prefeito do Brasil. Elvis governador 12

[Leão Serva]: Agora o candidato Rodrigo Garcia responde a uma pergunta? sobre transporte.

[Fabíola Cidral]: Olá, candidato Rodrigo Garcia, boa noite, seja bem-vindo ao nosso debate. O assunto do transporte público tem a ver com metrô. O metrô da Cidade do México tem 200 quilômetros de linhas; o de São Paulo, que começou a ser construído mais ou menos na mesma época, tem a metade disso, 104.

Quando a gente olha para outras cidades do porte de São Paulo, como Nova York, por exemplo, 373 quilômetros. Londres, 400 quilômetros. A pergunta é a seguinte: é momento de desistir do metrô, investir em outro modal, ou qual é a dificuldade em ampliar o sistema de metrô de São Paulo?

[Rodrigo Garcia]: Boa noite, Fabíola, boa noite, Leão, boa noite a todos que estão nos assistindo em casa, cumprimentar a Cultura, o UOL e também a Folha de São Paulo por essa oportunidade, saudar aqui os nossos candidatos. Transporte coletivo de grande proporção como o metrô é fundamental numa megalópole como São Paulo.

São Paulo, nos últimos 20 anos, praticamente dobrou o número de quilômetros de metrô e, nesse momento, nós temos 35 quilômetros em obras.

A Linha 6 do Metrô, que é a maior obra da América Latina, com nove mil funcionários trabalhando, ligando ali a Brasilândia até o Centro da cidade; a Linha 2, que é a segunda grande obra, são oito quilômetros de metrô, da Vila Prudente até a Penha; a Linha 15, que vai lá da Anhaia Melo, na Zona Leste; a Linha 17 ali da Roberto Marinho; e a Linha 9 aqui da Marginal Pinheiros sentido Zona Sul.

É o maior conjunto de obras da história do Metrô de São Paulo, feitos com recurso do Estado. Nós não tivemos, infelizmente, ajuda do Governo Federal ao longo desses anos, e foi o dinheiro do contribuinte paulista que dobrou o número de quilômetros do metrô e que hoje faz 35 quilômetros de linhas em São Paulo.

[Leão Serva]: Candidato, seu tempo. Para a quarta pergunta que será feita ao candidato Fernando Haddad, o tema sorteado é Saúde.

[Fabíola Cidral]: Candidato Fernando Haddad, boa noite, seja bem-vindo ao nosso debate. Bom, a pergunta da saúde tem a ver com o que aconteceu durante a pandemia, mas não a ver com a pandemia, exatamente.

Os procedimentos não relacionados à Covid foram colocados em segundo plano durante a pandemia, na rede pública. O número de cirurgias de baixa e média complexidade, por exemplo, caiu quase que 60% nesse período. Há longas filas neste momento de espera para esses procedimentos, e a pergunta é: Qual é o plano para agilizar o atendimento na área da saúde em São Paulo?

[Fernando Haddad]: Muito boa noite, Fabíola, Leão Serva, em nome de quem eu cumprimento a TV Cultura, Folha e UOL. Cumprimento àqueles que nos acompanham da sua casa, cumprimento os demais candidatos.

O que eu penso é que o estado de São Paulo não se preparou para o pós-pandemia. Todos esses procedimentos foram represados. Nós temos, hoje, mais de um milhão de procedimentos aguardando o agendamento, e nada foi feito nos dois anos em que as coisas deveriam estar sendo preparadas justamente para esse momento.

A nossa missão é construir cinco hospitais gerais e 70 hospitais-dia. O que é o hospital-dia? Onde você faz a consulta, o exame e a cirurgia ambulatorial no mesmo lugar. Aqui em São Paulo nós entregamos 35 hospitais-dia. Só para você ter uma ideia, a fila pediátrica caiu de 160 dias para 58 dias depois dos hospitais-dias.

[Leão Serva]: Bom, eu vou sortear agora a última pergunta para o candidato Tarcísio de Freitas, sobre Educação.

[Fabíola Cidral]: Olá, candidato Tarcísio de Freitas. Boa noite, seja bem-vindo ao nosso debate. O assunto de educação tem a ver com infraestrutura e cuidado com as escolas públicas no estado de São Paulo.

Fiscais do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo fizeram vistorias em quase 500 escolas — de 348 cidades do estado —, e o cenário encontrado é grave. Banheiros sem vaso sanitário e sem porta, alimentos estocados no chão, teto com forro caindo, paredes com mofo, infiltração.

Quais são os projetos para melhorar a infraestrutura e a qualidade do ensino nas escolas públicas do estado? Um minuto para a sua resposta.

[Tarcísio de Freitas]: Boa noite, Fabíola, boa noite, Leão, meu abraço à TV Cultura, à UOL, à Folha de S.Paulo, parabéns pela organização deste debate. Meus cumprimentos aos meus caros colegas candidatos, meu abraço ao meu vice Felício Ramuth.

Eu sou Tarcísio, fui ministro da Infraestrutura durante o período do governo Bolsonaro, e conseguimos construir obras inacabadas, levar investimento, fazer a diferença para o Brasil, que vai se tornar mais competitivo e vai gerar muito emprego.

Nós vamos investir muito na educação, recuperando a infraestrutura das escolas, porque é preciso a gente ter boa infraestrutura e escolas conectadas para que a gente possa recuperar os conteúdos perdidos na pandemia. Vamos investir nas escolas de tempo integral, e, para isso, tem que ter infraestrutura.

Nós temos que recuperar para que a escola não seja um presídio de aluno, mas sim um local de aprendizado. Vamos dar as ferramentas para os alunos começarem a crescer, a se desenvolver, e a abrir as portas do mercado de trabalho com o programa Jovem Aprendiz Paulista, onde o aluno faz o ensino profissionalizante e já trabalha.

[Fabíola Cidral]: Termina assim, então, Leão, esse segmento de perguntas programáticas para os candidatos. Vamos para confronto. Eu volto daqui a pouquinho.

[Leão Serva]: Obrigado, Fabíola, daqui a pouco você volta. Agora, nós vamos ao primeiro confronto direto entre os candidatos. E lembro que esse debate tem transmissão em tempo real pela internet e pelas mídias sociais do UOL, da Cultura e da Folha de S.Paulo. Segundo a ordem do sorteio, o primeiro a perguntar é o candidato do partido Novo, Vinícius Poit. Candidato, para quem é sua pergunta?

[Vinícius Poit]: Candidato do PT, Fernando Haddad.

[Leão Serva]: 45 segundos para a sua pergunta, por favor.

[Vinícius Poit]: Fernando Haddad, eu vou dizer aqui para as pessoas que estão em casa o que eu ouço quando eu ando pelo Estado de São Paulo, e são três coisas, gente. Número 1: "PT defende bandido. Seja bandido político, seja ladrão de celular".

Número dois: "O PT está cheio de corrupto e ex-presidiário", tome como exemplo o ex-presidiário Lula. O PT engana e mente para a população. Essa história do Lula, que o MST não invadiu terra produtiva é mentira, gente. Invadiu e todo mundo viu o vídeo. Pegou o trator do pequeno produtor, passou em cima dos pés de laranja, lá na região de Bauru. Invadiu Prudente também.

São Paulo, Haddad, não quer isso. São Paulo quer paz para trabalhar e para viver. Você vai encarar essa realidade ou continuar no mundo de faz de conta do PT?

[Leão Serva]: Candidato Haddad, tem três minutos para a resposta e para a tréplica ao final.

[Fernando Haddad]: Na verdade, ninguém fortaleceu mais os órgãos de combate à corrupção e ao crime organizado do que o PT. Eu acho que você não tem conhecimento suficiente para falar desse assunto. Vou dar um exemplo para você.

Todos os presídios federais começaram a ser feitos pelo PT. A transferência dos presos dos presídios estaduais para os presídios federais, que desbarataram o crime organizado e o grande traficante, foi feita no governo Lula. Todo o fortalecimento da Polícia Federal, que hoje é manipulada para proteger família, nunca foi feito.

Nós nunca trocamos um superintendente da Polícia Federal de lugar para proteger quem quer que seja. Nós nunca indicamos um ministro do Supremo Tribunal Federal com o objetivo de depois pedir um favor, um troca-troca que foi tentado no começo do atual Governo Federal. Isso nunca foi feito.

A Controladoria-Geral da União, que, aliás, serviu de modelo para eu criar, aqui em São Paulo, a Controladoria-Geral do Município, que desbaratou cinco quadrilhas, Vinícius. Seu pai era secretário. Meu secretário, o seu pai, Wilson Poit.

Desbaratamos a quadrilha, a máfia do ISS, a Controlar, a máfia do túnel Roberto Marinho, a máfia do serviço funerário, a máfia da feira da madrugada, tudo isso foi desbaratado no meu governo, em apenas 18 meses. As máfias de São Paulo sumiram.

Mais de 30 pessoas foram presas depois da criação da Controladoria-Geral do Município. Então, eu penso que você tenta cultivar um tipo de postura que não contribui para a boa política no nosso país.

[Leão Serva]: Vinícius Poit tem um minuto para a sua réplica.

[Vinícius Poit]: Haddad, São Paulo não quer o PT. São Paulo quer prosperidade. São Paulo quer empreendedorismo. São Paulo quer liberdade, gente. São Paulo quer um governador que facilite a vida de quem trabalha e quem empreende. Pega como exemplo o pequeno agricultor, já que o senhor falou de cultivar, e do meu pai, que veio da roça e ralou muito e trabalha por São Paulo.

Seja lá quem estiver aí, Haddad, está com as casas de agricultura caindo aos pedaços, que a gente precisa reformar e transformar em Poupatempo do agro. Pega São Paulo do IAC, do Instituto Agronômico de Campinas, que o PSDB largou, e a gente vai reforçar o investimento.

Pega São Paulo de Ribeirão Preto, Arenópolis, os grandes canaviais são responsáveis por mais da metade do etanol produzido no Brasil. Pega São Paulo de Piracicaba, Vale do Silício caipira, com muito orgulho. Sabe onde é o maior produtor de borracha do Brasil, Haddad?

É Rio Preto, em São Paulo. Esse São Paulo não quer PT. Esse São Paulo quer prosperidade, e não quer invasão de terra produtiva.

[Leão Serva]: Fernando Haddad, ainda tem um minuto e dez para a sua tréplica.

[Fernando Haddad]: Eu ouvi a sua resposta sobre Segurança Pública e lamento te informar que você não está apropriado do que está acontecendo com a Segurança Pública em São Paulo. De cada três celulares roubados no Brasil, um é roubado em São Paulo. De cada três crimes de estelionato, que são os golpes de Pix e zap, no Brasil, um é em São Paulo. E sabe por quê?

Porque não se contrata investigador. Não se contrata investigador para pegar o andar de cima do crime organizado. Você, quando muito, prende em flagrante e não dá consequência para a investigação; e, sem investigação, você não chega no ninho que alicia os criminosos e que muitas vezes vendem facilidades para quem está sem um horizonte e sem uma oportunidade.

Nós fomos o partido que mais ofereceu oportunidades para os jovens. Três milhões e 400 mil bolsas do PROUNI, Vinícius. Sabe o que é isso? Gente pobre que passou a estudar e trabalhar nos nossos governos e encontrou o bom caminho do trabalho e da educação.

[Leão Serva]: Em ordem de sorteio, o segundo candidato a perguntar é Fernando Haddad, do PT.

[Fernando Haddad]: Queria perguntar para o Tarcísio. Tarcísio, a minha pergunta é sobre saúde: vacina, ela não é obrigatória por lei, nunca foi, mas todo governo faz campanha de vacinação, todo governo tem compromisso com a ciência, todo governo sabe que, para erradicar paralisia infantil e outras enfermidades, foi necessário muitos anos de trabalho a favor da vacina.

Repito: a vacina nunca foi obrigatória, ninguém tirou uma pessoa de casa para se vacinar, mas graças a essas campanhas nós atingimos mais de 90% de cobertura vacinal, servindo de exemplo para o mundo. Você acha que o Governo Federal agiu bem em relação à vacina?

[Leão Serva]: Tarcísio de Freitas tem três minutos para resposta e tréplica.

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, o Governo Federal assinou o primeiro contrato para a compra das vacinas para o Covid em agosto de 2020, quando a vacina ainda não era uma realidade. A gente ainda não sabia se ela ia ser desenvolvida, se ela ia ter eficácia. Esse contrato com a AstraZeneca previa, inclusive, a transferência de tecnologia.

Há muitos anos o Brasil não fabricava insumo farmacêutico ativo em território nacional, e pela primeira vez a gente voltou a fabricar graças a esse contrato.

Assinamos outros contratos no decorrer de 2020 com o consórcio Covaxin Facility, nós conseguimos aplicar a primeira vacina um mês depois do primeiro vacinado no mundo — o primeiro vacinado do mundo foi vacinado em dezembro; o primeiro vacinado no Brasil foi vacinado em janeiro —, e nós investimos aí quase 30 bilhões de reais e adquirimos 500 milhões de doses.

O brasileiro podia escolher que vacina ia tomar, porque houve uma estratégia de diversificação de imunizantes. Então, o brasileiro que quisesse tomar uma vacina de RNA mensageiro, tomava.

Que quisesse tomar uma vacina de vírus inativado, tomava, e 80% da população brasileira tem o esquema vacinal primário completo, e isso fez com que o caso de vacinação brasileiro, o nosso case de vacinação, fosse um sucesso aí ao redor do mundo. A gente se saiu melhor do que vários outros países com relação a questão da Covid.

Nós vacinamos primeiro do que vários países desenvolvidos: primeiro que o Japão, primeiro que a Coreia do Sul. Então nós acreditamos sim na vacina, nós vamos ter uma política de enfrentamento a essas doenças, de estímulo à vacinação, de conscientização de pais, de mães para que os nossos jovens sejam vacinados.

E entendo que a vacina não deve ser obrigatória, a gente deve despertar essa consciência, e assim que nós vamos trabalhar. E vamos trabalhar na saúde como um todo, porque a saúde está precisando de cuidados, as Santas Casas de São Paulo estão precisando de cuidados, de alívio financeiro, elas prestam um relevante serviço, e nós vamos apoiar a rede de filantropia, nós vamos fazer com que essa fila de cirurgias eletivas seja extinta para que o paulista tenha realmente um atendimento médico de qualidade.

[Leão Serva]: Fernando Haddad, um minuto para sua réplica.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, me permita discordar de você. Eu acho que o Presidente da República não deu um bom exemplo sobre vacina, fez pouco caso da pandemia, fez pouco caso dos e-mails que recebeu dos laboratórios produtores de vacina, cortou o auxílio emergencial antes da população estar vacinada.

Não foi um bom exemplo que ele deu, tanto é verdade que o índice de vacinação está caindo. Desde que o Bolsonaro assumiu a presidência, cai todo ano a cobertura de vacina, e nós estamos falando de criança, nós estamos falando de poliomielite, nós estamos falando de paralisia infantil.

Recentemente, eu vi uma declaração sua dizendo que, se você for eleito, os servidores públicos não vão ser mais obrigados a se vacinar. Não são obrigados, mas pensa bem: o professor, que lida com 30, 40 pessoas, crianças em sala de aula, um médico, um enfermeiro, você vai liberar ao invés de fazer— promover a vacina? Você vai liberar geral e dizer "vacina quem quer"? Você acha que isso é um bom exemplo?

[Leão Serva]: Candidato Tarcísio tem 44 segundos para sua tréplica.

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, o nosso professor, o nosso profissional de saúde sabe a importância da vacina. O nosso servidor público sabe a importância da vacina. Eles estão se vacinando, e a gente não precisa obrigar, eles fazem isso porque é o caminho que precisa ser tomado, e o governo não precisa obrigar.

Ninguém precisa impor medidas restritivas a uma pessoa que, por alguma razão, não quer se vacinar. Nós vamos promover a liberdade: cada um terá liberdade de tomar sua decisão.

O governo conseguiu, graças às suas ações, preservar milhares de empregos durante a pandemia, preservar milhares de pais de família, salvou muita gente da pobreza com o auxílio emergencial. Nós tivemos aqui, só em São Paulo, doze milhões de beneficiários do auxílio emergencial, e isso salvou muita gente.

[Leão Serva]: Terceiro candidato a perguntar é Elvis Cezar.

[Elvis Cezar]: Eu faço a minha pergunta para o candidato Rodrigo. Candidato, os economistas em tempo de pós-guerra, e nós estamos vivendo um tempo de pós-guerra, que é o pós Covid, dizem que o Estado é o estimulador da economia.

Mas vocês, você e o João Dória fizeram tudo diferente, aumentaram o imposto do leite das nossas crianças, aumentaram o imposto da carne da mesa do trabalhador paulista, aumentaram o imposto dos remédios dos nossos idosos, aumentaram o valor do IPVA, aumentaram tanto e tantos impostos, e aí eu fico em dúvida com 54 bilhões no caixa, qual modelo do seu governo? É só no nosso?

[Leão Serva]: Candidato Rodrigo.

[Rodrigo Garcia]: Bom, Elvis, você acompanhou o início do governo, acompanhou o esforço que foi feito para a gente botar o Estado em ordem lá em 2019, afinal de contas, eram quase 10 bilhões de rombos no orçamento do Estado. Depois veio a pandemia que ninguém estava esperando, e o governo teve que tomar atitudes difíceis.

Eu assumi o governo de São Paulo há cinco meses atrás, e fui o primeiro governador do Brasil a reduzir o imposto e o ICMS da gasolina. Fui também, no mês de abril, quando mandei para a Assembleia Legislativa um projeto de lei sobre as diretrizes orçamentárias, reduzindo todos os impostos e voltando os benefícios fiscais a partir de 2023.

Naquela oportunidade, em 2020, era necessário ter recursos para abrir leitos de hospital, inclusive lá em Santana de Parnaíba, em Barueri, para construir novos hospitais, como nós estamos construindo ali em Barueri, na divisa com Carapicuíba.

Salvar vidas, isso foi fundamental para que naquele momento o Estado pudesse ter recursos para isso, e, naturalmente, nós conseguimos avançar no salvando vidas, comprando vacina e colocando à disposição de todos os prefeitos do Estado, inclusive Santana do Parnaíba e todos os municípios, recursos, respiradores e insumos necessários para combater a pandemia naquele momento.

E agora, como governador há cinco meses, já reduzi o ICMS da gasolina, já retornei os benefícios fiscais que foram retirados. E o que o Brasil viveu infelizmente nesse último período é o pior imposto que a gente pode pagar que é a inflação.

A desorganização de contas públicas, a Covid que interrompeu as cadeias produtivas no mundo, acabou desorganizando muito e a inflação voltou, e a população hoje sente a inflação no bolso que é o pior imposto que a gente pode pagar.

[Leão Serva]: Elvis Cezar tem um minuto para sua réplica.

[Elvis Cezar]: Desculpa, mas isso não é verdade. De 2020 para 2021, o Estado passa com 29 bilhões de reais de excesso de arrecadação. De 2021 para 2022, com 54 bilhões de reais. Qualquer coisa, eu publico o vídeo agora para ver se não é verdade o governador João Dória.

Aumentaram, estenderam o tempo de pedágio no último dia, por meio da sua secretaria, governador, e sem nenhuma possibilidade de reduzir o custo. Eu fico indignado, porque o povo tem sofrido com essa consequência. E Santana de Parnaíba criou 36 leitos para socorrer a região, governador.

E tem mais, o senhor não está exercendo liderança no seu partido, não está exercendo liderança na sua região, e não tem liderança para governar São Paulo. Eu tenho falado isso com muita propriedade, porque os resultados que você tem na sua região nem se comparam com a minha.

[Leão Serva]: Rodrigo Garcia tem ainda um minuto e 24, por favor.

[Rodrigo Garcia]: Elvis, bom, Santana é uma bela cidade, tem o Alphaville, tem tantos condomínios lá, o Tamboré, todo mundo quer muito bem a sua cidade, e estou trabalhando por aqui São Paulo, há 27 anos aqui, com os pés no chão, barriga no balcão, ajudando a construir esse Estado, trabalhando muito, fazendo de São Paulo o melhor estado do Brasil.

Participei, eu criei programas importantes que hoje... incorporado no dia a dia da sociedade. Agora a gente sabe que São Paulo precisa avançar mais nos próximos anos, por isso que eu quero uma chance para continuar governador pelos próximos quatro anos, com a caneta na mão, para a gente poder fazer mais pela saúde. Nesse momento, nós estamos construindo três grandes hospitais no Estado.

Aqui na região metropolitana, o hospital ali de Barueri, Carapicuíba, lá na divisa com o Rio de Janeiro, o hospital de Cruzeiro, lá em Franca, também, o hospital de Franca. Temos apoiado iniciativas de hospitais municipais, são mais de dez hospitais municipais que estão sendo construídos nesse momento com recursos do Estado.

Como governador de São Paulo, estou transformando todos os AMEs do Estado em AMEs oncológicos, integrando eles com a Rede Hebe Camargo de combate ao câncer. O câncer cada vez mais será prevalente numa sociedade como a nossa, e nós vamos continuar colocando o tratamento do câncer mais próximo da população.

Já estamos em 97 centros da Hebe Camargo, vamos passar de 100 centros nos próximos anos, para que a gente possa ter um estado cada vez mais acolhedor do ponto de vista da saúde e cada vez mais gerando oportunidades. São Paulo cresceu cinco vezes mais do que o Brasil e nos próximos anos nós vamos crescer ainda mais.

[Leão Serva]: O candidato Rodrigo Garcia faz a quarta pergunta. Pode fazer para Vinícius Poit ou para Elvis Cezar.

[Rodrigo Garcia]: Vou fazer para o Elvis Cezar. Ele gosta de debater comigo, vamos falar para o Elvis. Elvis, você foi prefeito de Santana do Parnaíba, seu pai. Seu pai inclusive foi deputado do meu partido até o começo deste ano.

Vários despachos nós tivemos juntos no palácio para atender demandas importantes do mandato dele, lá de Santana, quando você era prefeito, o atual prefeito, e você sabe o esforço que a gente está fazendo em grandes investimentos.

Aliás, eu convido toda a população do Estado a conversar com o seu prefeito, com a sua prefeita, com os seus vereadores, que são as autoridades municipais sobre o maior volume de investimentos que São Paulo está fazendo na história dentro de cada cidade.

E, portanto, a gente sabe que essas obras serão importantes para gerar emprego no futuro. A infraestrutura de São Paulo, que é a melhor do Brasil, precisa desses investimentos, para continuar dando oportunidades. Eu sei que você trabalhou na área da infraestrutura na sua cidade, qual a sua proposta para a infraestrutura de São Paulo?

[Elvis Cezar]: Olha, toda infraestrutura de São Paulo, eu quero, em primeiro lugar, falar de infraestrutura transporte. Transporte em São Paulo, nós estamos construindo o metrô com velocidade de tartaruga. Quando o governador fala de 32 quilômetros de metrô, nós estamos? É o maior atraso da história! Todo país subdesenvolvido tem metrô mais rápido do que São Paulo.

E essas atividades? e quando o meu pai vai despachar com o governador, ou vice-governador, é a respeito do interesse do povo de São Paulo, para buscar o que é melhor para o povo de São Paulo. O que nós precisamos é tirar do papel, com velocidade necessária, os projetos, não ficar estancando o orçamento e impedindo o crescimento econômico.

Nós temos 845 obras paradas em São Paulo, em atraso por meio do Tribunal de Contas. Isso não pode acontecer. São os empregos que estão parados em São Paulo. Você está desempregado porque o Governo do Estado de São Paulo não consegue tirar os projetos do papel.

[Leão Serva]: Rodrigo Garcia tem um minuto para a sua...

[Rodrigo Garcia]: O governo de São Paulo tem batido recordes de crescimento econômico e de geração de emprego. Nós estamos gerando mais de 33% dos empregos do Brasil e temos 25% da população. Estamos mostrando que nós estamos no caminho certo.

Agora, muita coisa precisa ser feita. Ali na sua região, na Zona Oeste da Grande São Paulo, nós estamos fazendo obras importantes, como a nova entrada de Osasco, a extensão das marginais da Castelo Branco, que vai desengargalar a entrada e a saída da cidade de São Paulo.

Nós vamos fazer uma nova rodovia que vai ligar Cajamar até a Castelo Branco, duplicando até a cidade de Jundiaí, para não vir no Rodoanel Oeste para acessar a Castelo. Nós estamos com mais de 11 mil quilômetros de obras nesse momento sendo feitas em São Paulo.

Somos o maior comprador de asfalto do Brasil, porque a gente faz obras de verdade, com emprego de verdade, com pedra, com asfalto, ou seja, nós temos hoje várias obras, e, para que isso continue, eu peço o apoio da população. A garantia de que a gente continue avançando é a eleição do governador Rodrigo para que São Paulo continue avançando nos próximos quatro anos.

[Mediador]: Elvis, ainda tem um e cinquenta e quatro.

[Elvis Cezar]: Desculpa, isso é conversa para boi dormir. E eu vou explicar cada passo para você que está em casa. A obra da Castelo Branco, nós temos lutado há dez anos, e sabe quem está pagando o povo? O povo de São Paulo por meio da extensão de dois anos do pedágio, sem possibilidade de redução. É essa a obra: o povo paga, e paga duas vezes.

Pagou para construir e paga agora para fazer a obra de arte, que há dez anos estamos esperando na entrada da Maria Campos, na cidade que tem o segundo PIB do Estado, a cidade de Osasco. Tem mais, é uma vergonha a situação do pedágio no Estado de São Paulo. É inadmissível! São bloqueios de desenvolvimento econômico.

E no último dia do governado Dória, Garcia, por meio da secretaria do atual governador, foi assinada um extensão de aditamento das praças da Anhanguera e da Bandeirantes por mais 15 anos, sem possibilidade de redução do valor do pedágio. É no mínimo estranho. E eu vou revisar cada aditamento desses. Aliás, eu vou auditar todas as praças de pedágio.

Porque eu quero saber se está certo. E vou ainda, da meia-noite às cinco, fazer uma proposta e colocar em prática, que é 50% para todos os caminhões de São Paulo. Abaixar o valor da comida, melhorar o salário do caminhoneiro, e, de quebra, resolver o problema de mobilidade, de trânsito, em todas as regiões de São Paulo, para gerar empregos.

São Paulo está cercado por pedágio. O agro está cercado por pedágio. O ABC cercado por pedágio. A região Oeste, Piracicaba, Bauru, toda São Paulo, nós não aguentamos mais esse valor absurdo.

[Leão Serva]: A última pergunta o candidato Tarcísio de Freitas faz para Vinícius Poit.

[Tarcísio de Freitas]: Vinícius, o ranking de competitividade divulgado hoje pelo Centro de Liderança Pública mostrou que São Paulo retrocedeu em áreas importantes como segurança pública. Se não tiver segurança pública, não tem investimento, eficiência e potencial de mercado.

O ranking mostrou também que São Paulo, hoje, é o nono estado mais desigual da federação, o que é incompatível com o estado mais rico do Brasil. Em 2015, era o décimo sétimo, então veja como se piorou nesses últimos anos. O paulista, o produtor, o empreendedor foi asfixiado com aumento de tributos. Nós temos a maior alíquota base de ICMS.

Te pergunto: no seu governo, o seu plano, como recuperar a competitividade? Como combater a desigualdade?

[Vinícius Poit]: Primeiro, candidato Tarcísio, você falou muito bem que a segurança é afetada no Brasil, a violência pública contribui para essa desigualdade. A violência pública que o outro candidato vem falar de celular aqui, é muito curioso, né?

Para quem tem um líder partidário que defende que roubar um celular, né, para fazer um dinheirinho não tem problema, quer falar de número de celular, acho que não assistiu o último debate aonde eu coloquei: 42 celulares são roubados por hora no Estado de São Paulo, Tarcísio. Isso aí a gente precisa corrigir com combate duro ao crime organizado, sabe?

Com reforço da Polícia Militar, dez mil homens que faltam na tropa, 15 mil homens na Polícia Civil, justamente para não só resolver a sensação de insegurança, gente, mas a sensação de impunidade também, além do fortalecimento das guardas municipais, da ocupação de território, porque a organização de território também influi na segurança pública.

E quando a gente fala de economia e competitividade, Tarcísio, aí eu volto para a segurança, porque problema de violência não se resolve somente com polícia, se resolve com oportunidade, se resolve com o governo chegando nas comunidades e nas favelas com escola de período integral, com ensino profissionalizante, com biblioteca, com esporte, com economia criativa e dando oportunidade para esses jovens, para ter como referência o trabalho, a escola, e não o crime organizado.

A gente precisa de um governo que a gente não vê priorizar a polícia, vê priorizar os políticos, a gente não vê priorizar o ensino profissionalizante, vê priorizar o toma lá, dá cá, que olhe para as pessoas e pare de olhar para os seus comparsas políticos.

Por isso que eu faço questão de dizer que essa é a única candidatura que não deve para político nenhum, que não tem rabo preso e que vai tirar o governo do cangote do empreendedor revogando todos esses aumentos de ICMS que foram citados aqui logo de cara, o que for por decreto, o que não for, encaminhando projeto para a Assembleia Legislativa.

Só assim, Tarcísio, com um governo empreendedor, com quem já abriu comércio e sabe a dificuldade que é lá na ponta, nós vamos retomar a prosperidade do Estado de São Paulo.

[Leão Serva]: Tarcísio de Freitas, um minuto para sua réplica.

[Tarcísio de Freitas]: Nós precisamos cuidar das pessoas, e nós temos um plano de governo que cuida das pessoas e retoma a competitividade.

Nós vamos mexer as alavancas para o desenvolvimento, aumentar a oferta de energia, aproveitar o gás do pré-sal, a energia fotovoltaica, o gás do resíduo sólido, fomentar as cooperativas de catadores, dar o crédito para o micro, para o pequeno empreendedor, para o pequeno produtor rural, que merece também o Seguro Agrícola, reduzir essa carga tributária; precisamos reduzir os impostos que foram aumentados vergonhosamente nesse governo do Doria com o Garcia.

Nós precisamos investir na capacitação profissional, e eu— e ter uma oferta de vagas direcionada para a vocação econômica de cada região. Investir em infraestrutura e fazer com que as obras de fato aconteçam, obras como os trens intercidades, como a expansão do sistema metroferroviário, que é competitividade na veia. Isso aí aumenta a produtividade.

E também investir na desburocratização, no governo digital. Essa é a saída para a gente crescer, ser mais competitivo e mais igual.

[Leão Serva]: Vinícius Poit, 53 segundos.

[Vinícius Poit]: O Estado de São Paulo precisa retomar aquele estado que a gente se orgulhava lá atrás, que atraía as pessoas para empreender, atraía as pessoas em busca de esperança e de prosperidade, e perdeu com 28 anos de PSDB no poder. Chega dos mesmos, gente.

Está na hora de a gente enxugar a máquina, reduzir secretarias, cortar cargos comissionados que só têm lá indicação política e não têm técnicos capacitados, e priorizar a população. Sempre lembrando que uma população não é só feita de obras grandes, a gente precisa olhar para aqueles que mais precisam e não deixar ninguém para trás. É segurança pública, é saúde, é educação e é assistência social.

Para pegar na mão, para dar o alimento nesse momento pós-pandemia, para dar capacitação, gente, socioemocional e profissional e dar o emprego no final da linha. O emprego é o melhor programa social e é o que vai fazer esse estado retomar o rumo da prosperidade.

[Leão Serva]: Termina aqui o primeiro confronto entre os candidatos. E no próximo bloco, mais debate direto entre eles e perguntas dos jornalistas do UOL, da Folha de São Paulo e da TV cultura. Não saia daí, que a gente volta já, já.

[Leão Serva]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, uma promoção do UOL, da rádio e TV Cultura e da Folha de S.Paulo. Esse programa tem transmissão em tempo real também pelas mídias digitais das três instituições. Vamos rever agora como serão as regras desse bloco.

[locutora]: Neste bloco, jornalistas das empresas que compõem o pool fazem perguntas aos candidatos, perguntas de 45 segundos e respostas de três minutos. Todos os candidatos são perguntados. Em seguida, mais um segmento de confronto direto, candidatos indicados em ordem por sorteio escolhem um outro candidato para responder, com réplica e tréplica. Cada candidato pergunta uma vez e responde uma vez.

Os tempos são os mesmos do primeiro confronto, ou seja, pergunta de 45 segundos, resposta de três minutos, que podem ser divididos entre resposta de pelo menos um minuto e a tréplica. O candidato que fez a pergunta tem direito a uma réplica de um minuto. Todos os candidatos perguntarão uma vez, e todos responderão uma vez.

[Leão Serva]: Vamos então às perguntas dos jornalistas que compõem o pool. A primeira pergunta, por ordem de sorteio, é para o candidato Vinícius Poit e será feita pela jornalista Joyce Ribeiro, da TV Cultura.

[Joyce Ribeiro]: Candidato, boa noite. O avanço da luta racial prevê maior representatividade de mulheres e negros nos espaços políticos de poder. A política de cotas nas universidades, que completou dez anos esse ano, mudou o perfil dos estudantes da escola pública.

Tendo uma vice na chapa que é mulher e negra, e foi comandante da Guarda Civil Metropolitana, como o senhor citou, o que podemos esperar sobre o comprometimento do seu governo nas pautas raciais, para além de uma atitude que visa as eleições ou um aceno protocolar às cobranças da população negra? Na prática, qual é a sua estratégia de governo em relação aos conflitos raciais?

[Leão Serva]: Três minutos, candidato.

[Vinícius Poit]: Agradeço a pergunta. Como você bem adiantou, a gente começa dando exemplo na nossa chapa. Dando exemplo do que é diferente para o estado de São Paulo, do que é complementar. Um homem e uma mulher com capacidades complementares.

Eu entendo de emprego e renda, a Doris entende de segurança cidadã, de ocupação de território, sabe, de retomar confiança das pessoas na segurança pública. Um branco e uma negra mostrando que também é hora de união, não é hora de nós e eles, não é hora de separação.

Então, mais do que a gente prometer, é mostrar com atitude e com exemplo já na nossa chapa. A chapa, que é a maior chapa do partido na história. É a chapa com maior número de mulheres. Tenho muito orgulho de ter presente aqui na minha equipe já de campanha, né, o maior número de mulheres está dentro do meu time.

Então aqui é o lugar que por competência, por complementaridade e também com muito orgulho, por representar as mulheres, a gente segue dando exemplo. Em relação às cotas raciais, eu acredito que o Brasil, ele precisa de um momento de transição, ele precisa disso num primeiro momento para a gente chegar lá, só que não é essa a solução final para todos os problemas.

A gente precisa é investir na base, a gente precisa que todos tenham oportunidades iguais. A gente precisa que todos tenham saneamento básico, que todos tenham saúde, que todos tenham segurança, que todos tenham educação de qualidade igual. É dali que a gente parte.

O papel de um governante não é só ajustar qualquer diferença racial, de renda, ou seja lá a diferença que for, via cotas sempre, e não investir na causa. A gente tem que trabalhar lá atrás. E é esse o nosso trabalho no governo do estado de São Paulo.

O papel do governante, não é que todos sejam iguais, mas que todos tenham oportunidades iguais, para que um dia no estado de São Paulo, no meu país, sabe, a gente não precise mais de cotas porque todos vão poder chegar lá. Esse é o meu sonho para o Brasil. Esse é o meu sonho para o estado de São Paulo.

E fico muito feliz, Doris, de você aceitar esse desafio. E quando eu te convidei, quando eu falei: "Doris, você entende sobre segurança, tem experiência na segurança da cidade, vamos juntos?" Vamos.

Você falou: "Poit, eu acho que nós vamos mostrar muito mais do que uma campanha para o governo, nós vamos mostrar para o Brasil um exemplo de complementaridade, de união de forças, de união de capacidade técnica e de que é hora de focar no que nos une nesse país".

Chega de nós e eles, chega de separação. Seja por ideologia política, seja por gênero, seja por cota racial, seja a separação que as pessoas colocam na nossa mente. A gente precisa estar unido para ter um estado de São Paulo melhor e um Brasil melhor.

[Leão Serva]: A segunda pergunta é de Mariana Zylberkan, da Folha de São Paulo. Ela faz a pergunta para Elvis Cezar.

[Mariana Zylberkan]: Boa noite, candidato. Eu queria fazer a pergunta sobre os pedágios. O senhor tem dito na sua propaganda eleitoral que pretende reduzir a tarifa dos pedágios, até citou agora um percentual de reduzir 50% para os caminhoneiros. As tarifas já estão congeladas desde o meio do ano. Em algum momento, esse custeio vai ter que ser subsidiado por dinheiro público do Governo do Estado de São Paulo.

Queria saber do senhor qual parte do orçamento o senhor pretende comprometer para conseguir cumprir essa sua promessa de campanha?

[Elvis Cezar]: Olha, só foram congeladas as tarifas de tanto eu falar a respeito do tema. Eu não tenho nenhuma vinculação com nenhuma empresa de pedágio. Eu tenho vinculação com o povo paulista.

E o pedágio são verdadeiras travas de desenvolvimento econômico de São Paulo. Acompanhe bem, de Catanduva a São José do Rio Preto, região do atual governador, temos 60 quilômetros. E uma única praça custa R$ 17,60. R$ 35,20 para a pessoa se locomover. Mas não é esse só o problema, 60 quilômetros, não é possível a instalação de duas praças. O que a concessionária fez?

Instalou uma com o preço de duas. Isso impede o crescimento econômico, isso impede a geração de empregos, mas tem outros problemas, afeta a família também. Em Catanduva, uma mulher da periferia que é agredida por um homem covarde e tem que ir até São José, na delegacia de defesa da mulher, ela vai de transporte ou ela vai de carro? Como ela vai? E se ela não for? E se ela for, e a delegacia lá não é 24 horas?

O pedágio são travas que impedem o crescimento. Há 30 anos, era muito importante ter os pedágios, porque nossas rodovias estavam precarizadas. Agora não, agora o investimento precisa vir, e redução do valor do preço. O governo assinou, no último dia do governador Doria Garcia, o aditamento da Anhanguera e Bandeirantes por mais 15 anos, sem possibilidade de reduzir o pedágio.

Cajamar é o maior centro logístico de São Paulo, e o pedágio, de 10 km apenas, custa R$ 10,60. R$ 21,20 para um cidadão circular 10 km. Você acha que isso está certo? Isso me deixa indignado! Trava o desenvolvimento econômico e impede. Qual é a fonte de receita para isso?

Superávit do Estado, uma auditoria que eu vou fazer no primeiro dia porque eu quero saber se esses valores estão corretos, e a renegociação da dívida de São Paulo com o Governo Federal. Nós temos condições, sim, de baixar o pedágio, estimular a economia, gerar empregos, acabar com a desindustrialização. Como que uma empresa vai para o oeste paulista com a quantidade de pedágios?

Como que uma empresa vai para São José, para Ribeirão, para Piracicaba, o maior aeroporto nosso, de Campinas, de carga, é cercado. De Campinas a Holambra paga-se R$ 17,00 em um pedágio. É um absurdo! Eu fico indignado. E, como governador, eu vou resolver esse problema, pode confiar.

[Leão Serva]: A terceira jornalista a perguntar é Vitória Azevedo, da Folha de São Paulo. Pergunta para o candidato Rodrigo Garcia.

[Victoria Azevedo]: Boa noite, candidato. O senhor hoje é governador do Estado de São Paulo porque o senhor foi vice na chapa de João Doria, que deixou o cargo para tentar concorrer à Presidência e depois desistiu. Em 2018, João Doria foi eleito com impulso Bolsonarista ao acenar ao então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, naquela dobradinha que ficou famosa com Bolso-Doria.

Hoje, no entanto, o senhor se distancia tanto de Bolsonaro quanto de Doria, mas o eleitor não esqueceu dessa dobradinha. O senhor tem receio que isso possa prejudicar a sua campanha?

[Rodrigo Garcia]: Olha, antes de responder à pergunta da jornalista, eu quero observar o que aconteceu aqui no primeiro bloco. Eu sou governador, é natural que o governo seja vidraça dos adversários, mas eles só falam mal de São Paulo.

Aqui ninguém reconhece absolutamente nada: o valor do Poupatempo, do Bom Prato, das AMEs que nós temos em todo o Estado de São Paulo, dos mais de 103 hospitais, das melhores estradas do Brasil, enfim, tudo isso é uma conquista da população de São Paulo que a gente dá valor.

O Poupatempo mesmo é o melhor serviço público do Brasil em pesquisa aqui da própria Folha de São Paulo, né? Então é fundamental que os candidatos parem de criticar o estado, "aqui nada funciona"; eu penso diferente deles: nós temos o melhor estado do Brasil disparado do segundo.

Agora, como tudo na vida, nada é perfeito, só Deus é perfeito, então nós precisamos trabalhar, mas trabalhar acordando cedo, dormindo tarde e buscando o resultado nas nossas atitudes. Eu não falo de Bolsonaro, não falo de João Doria, não falo de candidatos porque eu não tenho padrinho político. Eu estou há 27 anos trabalhando por São Paulo.

Eu estou aqui desde os meus 24 anos de idade disputando eleições, ganhando eleições, ajudando a construir esse estado que a gente tem. Eu vi nascer muita coisa bonita aqui em São Paulo que hoje é orgulho do nosso estado, como, por exemplo, a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer, o Lucy Montoro, que foram grandes ações que o ex-governador José Serra, com quem eu tive a oportunidade de conviver e hoje é nosso candidato a deputado federal, realizou por São Paulo.

Comecei muito jovem com o Mário Covas, trabalhei com o Geraldo Alckmin, fui vice do João, ou seja, eu tenho uma história de vida dedicada a São Paulo. Trabalhei com cinco governadores diferentes, sempre procurei tirar o que há de melhor de cada um deles, fui secretário várias vezes em vários lugares. Vocês estavam falando aqui de política de cota racial.

Eu implantei aqui em São Paulo quando era secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através de reuniões importantes que nós fizemos com as universidades de São Paulo no ano de 2013.

Hoje é uma realidade, nós temos alunos egressos de escola pública e também com cotas dentro das universidades de São Paulo, estudando nas melhores universidades do Brasil, e eu estava lá ajudando, fazendo, vivendo o nosso Estado de São Paulo.

Portanto, diferente deles, eu agradeço muito ao estado que nós temos, sei que nós temos que percorrer um longo caminho pela frente ainda, e é por isso que eu quero ser governador nos próximos quatro anos.

Eu assumi o mandato há cinco meses, já tomei atitudes importantes aqui na área da segurança, na área da saúde, na área do mutirão de saúde nós fizemos muitas ações e eu já dei resultados aqui para todos vocês, ou seja, diferente deles, eu amo o meu estado, falo bem de São Paulo e sei que nós precisamos corrigir muita coisa, e eu estou aqui para continuar o que vai bem e para mudar aquilo que não vai bem.

E quanto a essa questão política, eu me apresento: eu vou disputar minha sétima eleição, fui vitorioso em todas as eleições e me apresento mesmo com 46 milhões de padrinhos nessa eleição, que é a população de São Paulo.

Eu não estou aqui para defender meu partido político, minha coligação, eu estou aqui para defender São Paulo acima de qualquer outro interesse. Antes de tudo vem São Paulo nas minhas decisões.

[Leão Serva]: Agora é a vez de Marcelo Tas, da TV Cultura, que faz sua pergunta para Fernando Haddad.

[Marcelo Tas]: Boa noite, candidato Haddad. O Brasil vive uma onda de ódio tão grande que eu estou curioso para saber de um caso de amor instantâneo que surgiu entre o PT e o ex-governador Geraldo Alckmin. Eu queria que você me dissesse, quando você se aproximou mais agora, mais pertinho do Alckmin, o que você aprendeu sobre ele que você não sabia antes?

Na verdade, eu quero saber que qualidades você vê agora em um adversário que vocês criticavam com tanta ênfase que você não enxergava no picolé de chuchu?

[Fernando Haddad]: Bom, primeiro, eu gostaria de fazer alguns reparos em alguns dados que foram dados aqui, não é? Que eu acho importante para o— Depois vem a checagem de dado que sai no jornal, mas nem todo mundo que está nos assistindo vai conferir os dados que estão saindo, dados aqui, sobretudo pelo candidato Rodrigo Garcia.

O investimento no Estado de São Paulo, de oito anos para cá, caiu 50%. 50%. Ou seja, nós não estamos falando de 10. Isso no momento em que a arrecadação aumentou mais de 15% acima da inflação e várias despesas foram cortadas, sobretudo aquela que atendia o mais pobre.

Foi cortado o leite, foi cortado o passe do idoso, foi cortado o passe livre do estudante, foram aumentados os impostos sobre cesta básica, foi aumentado o imposto sobre medicamento, foi aumentado o IPVA em mais de 30%. Então não? não há explicação para o que está acontecendo em São Paulo. Queda de 50% dos investimentos.

Todas essas obras citadas aqui estão todas atrasadas de quatro a dez anos a entrega, e o caixa cheio de dinheiro, só não chega na mão do povo. Só não chega na mão do povo. Eu queria dizer também que tem, todo mundo tem padrinho, não é bem assim. O Rodrigo se esquece de que o Kassab foi padrinho dele, fez dobrada com ele. Ele serviu ao governo Kassab aqui na Prefeitura.

Foi também do governo Pitta, foi secretário do Pitta. Rompeu com o Covas, brigou com o Covas, foi demitido, fez campanha para o Pitta e foi secretário do Pitta, e foi secretário do Doria. Não é justo ele falar "sou vice, assumi há cinco meses". Ele foi secretário do Doria. Maior parte dessas maldades aconteceu na secretaria dele.

Dito isso, eu não preciso provar amizade com o Geraldo Alckmin, de quem eu sou amigo há quase dez anos. Do secretário de Educação, o Gabriel Chalita, eu sou amigo há quase 20 anos. Eu construí o Fundeb, enquanto secretário-executivo do Ministério da Educação, a quatro mãos com o secretário de Educação de São Paulo, que era o Chalita, durante o governo Alckmin.

Eu fiz convênios quando o Alckmin perdeu a eleição de 2006 e foi ser secretário do Serra, e eu assinei convênios com o Estado de São Paulo, repassei verba do Ministério da Educação para São Paulo. Eu construí a maior rede de escolas técnicas federais na história da República em São Paulo, eu entreguei 34— 33 escolas técnicas; o governador, em quatro anos, entregou duas.

Eu, como Ministro da Educação, entreguei 33. Fiz o maior parque de universidades, e muita coisa com o apoio do Alckmin. Muitas coisas nós fizemos juntos. Eu, como prefeito, e ele, como governador. Tenho a honra de ter levado a proposta dele ser vice do Lula.

[Leão Serva]: Terminando esse bloco, o jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, faz a sua pergunta para o candidato Tarcísio de Freitas. [Leonardo Sakamoto]: Boa noite, candidato, candidato. Candidato, o senhor é chamado de "Tarcisão do asfalto" por aliados que defendem que o senhor é eficiente em obras de estradas.

Mas, na reta final de sua administração no Ministério da Infraestrutura, os gastos sem licitação no DNIT dispararam 400% segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Há contratos com indícios de irregularidade, segundo o TCU, obras emergenciais que não correspondem a casos excepcionais, e situações que não precisariam ter sido emergenciais, com o planejamento que levasse em conta as previsíveis chuvas.

Em outras palavras, foram mais de um bilhão de reais sem licitação só em 2021. Como é que alguém apresentado como "gestor" permite isso?

[Tarcísio de Freitas]: Bom, boa noite, Sakamoto. Vamos lá, há quanto tempo a ferrovia Norte e Sul estava parada? Há muitos anos. Foi sempre um posto de corrupção, em menos de 100 dias nós fizemos o leilão de concessão e a ferrovia norte-sul hoje é uma realidade. Mais de dois bilhões de reais foram investidos ali para que a gente pudesse hoje ter o terminal de São Simão operando, o terminal de Rio Verde operando.

E a BR-163, há quantos anos a gente se acostumou a ver aquelas filas de caminhão parados, aquelas filas de caminhão a cada escoamento tenho de safra, a cada inverno, 70 quilômetros, dez dias de caminhão parado. Isso não existe mais, a gente não vê mais aqueles atoleiros na BR-163.

Na nossa gestão no Ministério da Infraestrutura, nós fizemos a maior quantidade de leilões de terminais portuários da história, 37. Assinamos a maior quantidade de contrato de adesão da história, foram 108. Ou seja, a gente conseguiu trazer o maior volume de investimentos no setor portuário da história.

Quebramos recorde de movimentação em 2020, quebramos recorde de movimentação em 2021, com um bilhão 210 milhões de toneladas movimentadas. Fizemos a maior quantidade de leilões de aeroportos, 49. Inclusive o último aqui, de Congonhas. Retomamos o transporte ferroviário com muita criatividade, a gente, além da Norte-Sul, fez o leilão da ferrovia de integração Oeste-Leste.

Fizemos a obra da ferrovia de integração Centro-Oeste, que nasce com o investimento cruzado com o dinheiro da renovação da estrada de ferro Vitória-Minas. Fizemos obras no Paraná usando balanço de Itaipu, pavimentação da boiadeira, duplicação da 469, a segundo ponte internacional de Foz.

Essas obras emergenciais ocorreram em função do volume de chuvas que nós tivemos no ano passado. Todo mundo se lembra e viu nos jornais como as chuvas castigaram a Bahia, castigaram o Nordeste, castigaram o Norte. Algumas regiões nós tínhamos obras, rodovias não pavimentadas, e não foram pavimentadas por uma série de razões.

Por exemplo, a 158 Mato Grosso, que está dentro de uma reserva indígena e hoje a gente está trabalhando para fazer um contorno, e ali a gente precisava manter o escoamento da safra. O serviço emergencial foi feito e a gente não teve atoleiro na BR-158, a gente conseguiu resolver o problema.

Na verdade, as questões que são levantadas pelo TCU num relatório de auditoria que ainda não foi julgado pelo Plenário diz respeito a um contrato de construção, não é nem de manutenção e nem nenhum daqueles contratos emergenciais. Na verdade, o que nós fizemos no Ministério da Infraestrutura ninguém fez. Nós fizemos 100 leilões de concessão nesse período, com dois anos de pandemia.

Contratamos 100 bilhões de reais. Daqui alguns anos todos vão perceber uma infraestrutura muito mais eficiente, muito mais sustentável e muito mais barata. O que nós fizemos vai reduzir o preço dos fretes em mais de 30% no longo prazo, e a gente vai ver o Brasil sendo muito mais competitivo.

[Leão Serva]: Vamos agora a mais um confronto direto entre os candidatos. Fabíola Cidral.

[Fabíola Cidral]: Vamos lá, Leão. Em ordem de sorteio, o primeiro candidato a perguntar é Rodrigo Garcia. A quem o senhor faz a sua pergunta? O senhor tem 45 segundos.

[Rodrigo Garcia]: Vou perguntar para o Fernando Haddad, candidato do PT. Haddad, aqui em São Paulo nós temos uma rede de hospital de mais de 103 hospitais estaduais, 62 AMEs, várias ações na Rede Lucy Montoro, na Rede Hebe Camargo, um apoio importante para as Santas Casas, com mais Santas Casas, nós aumentamos 50% o repasse para Santas Casas agora nesse ano de 22, senão elas já teriam fechado as portas.

Apoiamos várias iniciativas das prefeituras, hospitais que estão sendo construídos em todas as cidades — Ribeirão Pires, Peruíbe, Bertioga. Várias ações municipais apoiadas com recurso do Estado, porque a saúde a gente sabe como é importante para a nossa população.

Eu falo que São Paulo é o hospital do Brasil, para o rico e para o pobre que vem sempre se tratar aqui. Eu queria saber suas propostas concretas para administrar a rede de São Paulo.

[Fernando Haddad]: Olha, Rodrigo, eu tenho visitado muitas cidades do interior e tenho visitado inclusive com o ex-governador Geraldo Alckmin, que tem uma relação histórica com as Santas Casas. E o que eu ouço em relação às Santas Casas é muito preocupante.

Vocês fundiram dois programas e burocratizaram de uma maneira que dinheiro não chega nas Santas Casas. Nós temos intervenção em Santas Casas no interior inteiro. Tem Santa Casa que só não fechou as portas porque a comunidade está socorrendo. Isso é dito pelas próprias Santas Casas que nós estamos visitando. Obviamente que eles estão pedindo a correção da tabela do SUS, que há anos não é feita.

O Governo Federal simplesmente está cortando mais de 40% do orçamento da saúde para o ano que vem. O que está acontecendo no Governo Federal, eu sei muito bem que não ajuda São Paulo, como não ajuda nenhum estado da Federação. Mas nós não estamos fazendo a lição de casa aqui em São Paulo. Nós não nos preparamos para o pós pandemia.

É por isso que nós temos a maior fila da história do SUS aqui em São Paulo, porque não foram tomadas as medidas necessárias para resolver o problema. E o que eu quero fazer é justamente levar um padrão de qualidade para o interior e para a capital, completar o SUS.

Além das UBS e dos hospitais regionais, nós precisamos de uma rede intermediária de atendimento que dê suporte ao sistema e possa fazer a fila andar. Conforme eu disse, eu dobrei cirurgias de catarata, eu diminuí em 100 dias cirurgia pediátrica com Rede Hora Certa. Aliás, não sei por que vocês removeram as placas da Rede Hora Certa com os 35 hospitais que eu entreguei em São Paulo.

Eu fui gravar uma propaganda eleitoral para fazer publicidade daquilo que nós precisamos fazer para o interior e as placas tinham sido removidas pela atual gestão da prefeitura que conta com o seu apoio.

[Rodrigo Garcia]: Haddad, essa rede intermediária entre o hospital de alta complexidade e UBS já existe em São Paulo, são as AMEs, nós temos 65 AMEs no estado de São Paulo, todas vão se tornar hospital-dia, nós temos 47 hoje que fazem cirurgias, eu vou levar para todas as AMEs fazerem cirurgias.

Estou fazendo AME oncológico. Quanto às filas, quando eu assumi, nós tínhamos 540 mil pessoas esperando cirurgias eletivas por conta da pandemia, dois anos sem poder atender. Impossível você atender todo mundo de uma vez.

Hoje eu dei um balanço, nós conseguimos reduzir para pouco mais de 300 mil pessoas, e, até o final do ano, nós vamos zerar essa fila. Mas o que eu lembro da sua administração como prefeito aqui de São Paulo é o que o meu candidato ao Senado, Edson Aparecido, que foi secretário de saúde aqui de São Paulo tem falado nas suas propagandas e nos debates.

Deu muito trabalho para ele, para o Bruno Covas, para o João, conseguir concluir as obras que você não concluiu. Você prometeu 25 UPAs, entregou apenas três, prometeu hospital, acabou não entregando, deixou um esqueleto de obras na saúde, e a maior fila da saúde, aí sim, de São Paulo. Tiveram até que fazer o corujão da saúde para fazer exame em mais de 700 mil pessoas aqui na cidade.

[Fernando Haddad]: Olha, Rodrigo, eu quero te dizer o seguinte, o João Doria foi uma vergonha como prefeito. Uma vergonha! Ele abandonou a cidade em um ano. Fugiu da cidade de São Paulo. Um ano depois de eleito, não estava mais aqui. E fez a mesma coisa no Estado de São Paulo. O que ele fez na cidade de São Paulo, ele cortou o leite das crianças.

Vocês cortaram o passe do idoso. Vocês não têm nenhum, assim, mas nenhuma simpatia pelo povo que mais precisa. Vocês aumentaram o ICMS do leite. Vocês aumentaram o IPVA de quem é motorista de aplicativo, no momento em que a pessoa não tinha passageiro, Rodrigo. Vocês não têm empatia com a população. Esse Corujão da Saúde foi uma farsa, que nem existe mais.

Ninguém mais nem fala. Mas os meus hospitais-dia estão aí, firmes e fortes, atendendo a população; e vou levar 70 para o interior para fazer o trabalho que você não fez.

[Leão Serva]: Em ordem de sorteio, o segundo candidato a perguntar é Tarcísio de Freitas.

[Tarcísio de Freitas]: Bom, a minha pergunta vai para Rodrigo Garcia. E eu vou começar convidando o espectador a também fazer uma busca no Google, e eu queria que todo mundo digitasse: "Painéis de obras paralisadas de São Paulo", para conhecer um site que é muito legal, que é o site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Lá, a gente vai ver 845 obras paradas, ou andando a passos de tartaruga; 21 bilhões já foram gastos nessas obras. Tem de tudo lá: creche, tem obras de infraestrutura, ponte, hospital. Tem obras icônicas, como a famosa Linha 17, a eterna obra do ano que vem, e o Rodoanel de São Paulo.

Se falou muito em tarifa de pedágio aqui, e aí há de se perguntar como que essas prorrogações foram feitas, a que taxas de retorno? E aí, quanto tempo mais para ver essas obras concluídas?

[Rodrigo Garcia]: Olha, se a gente fizesse um site das obras concluídas em São Paulo em andamento, ia ter muito mais informação do que 197 obras que estão paralisadas hoje no Estado. O Estado desse tamanho, Tarcísio, você sabe que sempre enfrenta dificuldades com obras públicas.

É empreiteira que abandona a obra, é serviço malfeito, e toda vez que a gente tem que fazer uma relicitação, muitas vezes a empreiteira vai para a justiça. Você passa isso, ou passou, no Ministério da Infraestrutura, e leva um, dois, três anos para a gente conseguir relicitar. O importante é que São Paulo hoje é um canteiro de obras.

E é importante esclarecer a você, porque o Tarcísio fica falando esse monte de números, parece que as obras aqui de São Paulo até têm alguma ajuda dele ou do Governo Federal. Não tem, pessoal. São obras com recursos do orçamento de São Paulo. Nós estamos fazendo 11.500 km de estradas.

Essas estradas vicinais que você vê aí, perto da sua casa, no interior, pavimentação de estradas de terra, recuperação de estradas de terra, duplicações. Nós estamos concluindo, já, já, a duplicação de Marília até Assis. Já entregamos Júlio Mesquita à Marília. Ou seja, São Paulo é um canteiro de obras com orçamento do Estado. Quando a gente assumiu, lá atrás, nós tínhamos quase 800 obras paradas.

Conseguimos reduzir em 40% o número de obras paradas, e nós concluímos muitas obras. Eu lembro a Tamoios, que estava parada, já está funcionando, entregue à população. Ou seja, eu tenho muito orgulho de ter retomado muitas obras paradas aqui em São Paulo, e não desisti de nenhuma delas. Corri atrás, renovar contrato.

Eu falo muito que para retomar uma obra parada hoje, infelizmente, você não precisa mais só de engenheiro, você precisa de muito advogado. Os problemas são dos contratos, mas São Paulo é um canteiro de obras hoje pela eficiência, pelo trabalho que nós temos realizado aqui em São Paulo.

[Tarcísio de Freitas]: Bom, eu sempre fico com dúvida, porque uma hora "nós fizemos", aí a entrega é do governo Doria; outra hora, "Eu sou o governador, eu assumi agora, então, não sabia o que estava acontecendo, estava hibernando". Então, eu tenho sempre essa dúvida existencial aí do que, afinal de contas, você estava fazendo ou não estava fazendo.

O fato é que São Paulo precisa andar mais rápido. São Paulo precisa ver a Linha 2 do metrô chegando lá, realmente, em Guarulhos. São Paulo precisa ver a Linha 15 chegando em Cidade Tiradentes. Precisa ver a Linha 4 chegando em Taboão, chegando em Cotia. Precisa ver a Linha 6 chegando lá em Brasilândia. Precisa ver o metrô saindo do papel e chegando no ABC Paulista, chegando em São Bernardo.

Precisa ver a duplicação de Itapetininga, Ourinhos. Precisa ver a Linha 17 concluída; e a ligação, depois, a Jabaquara, para atender também Paraisópolis, porque o sistema de metrô precisa atuar em rede. Precisa ver a ligação seca Santos-Guarujá. Ou seja, precisa ver um novo hospital de Itapetininga.

Tem muita coisa para fazer, e a gente precisa dar velocidade. A gente sabe fazer, e fazer com o que tem.

[Rodrigo Garcia]: Tarcísio, eu vou te convidar, depois que eu ganhar a eleição, se Deus me permitir, para acompanhar comigo, e nós vamos entregar muita obra aqui em São Paulo, você está sempre convidado, porque você vai, naturalmente, quando terminar a eleição, não ganhando a eleição, voltar para Brasília, de onde você nunca saiu, mas você vai ser convidado para, comigo aqui, acompanhar a entrega dessas obras, que são muitas obras, que nós estamos fazendo aqui no Estado de São Paulo.

São Paulo é o que é, pessoal, porque sempre investiu em infraestrutura. As melhores rodovias do Brasil estão aqui. Nós temos feito grandes investimentos. As maiores obras públicas do Brasil estão aqui. E obras reais. Esse sistema metrorrodoviário e ferroviário de São Paulo, ele nunca teve tanto investimento como está tendo nesse momento, e nós vamos continuar com isso nos próximos quatro anos.

Eu aprovei agora esse mês, pela primeira vez tirei do papel e o projeto executivo foi contratado, a extensão da Linha 4 até Taboão, um sonho antigo que foi aprovado esse mês. Aprovei também a extensão da Linha 5 até o Jardim Angela, também um sonho antigo, contratos que já estão assinados, aditados para que a concessionária possa fazer esses projetos.

Contratei o maior projeto— o número de projetos de rodovias da história. Eu vou estender a Castelo Branco, passando pela BR-153, chegando a Echaporã, farei o contorno de Ribeirão Preto, as marginais de São Carlos, as marginais de Rio Preto, nós vamos continuar também fazendo o contorno lá de Prudente, ou seja, para que investimentos hoje possam continuar deixando competitivo o Estado de São Paulo no futuro e gere emprego para todos os paulistas.

[Fabíola Cidral]: O terceiro candidato a perguntar é Vinícius Poit. A quem o senhor pergunta?

[Vinícius Poit]: Candidato Tarcísio de Freitas.

[Fabíola Cidral]: 45 segundos para sua pergunta.

[Vinícius Poit]: Tarcísio, você fala muito em desenrolar São Paulo, mas, no último debate, quando eu lhe perguntei sobre uns baitas de uns condenados que você escolheu para andar em São Paulo, você enrolou e não me respondeu. Tarcísio, você fala muito de obras grandes pelo Brasil, mas a Norte-Sul você parou logo que chegou em São Paulo, prejudicou Dracena, Prudente, tantas cidades.

Algumas rodovias, duplicou para o Rio de Janeiro para lá, e não para cá. A Sabesp fica em um vaivém danado, fala difícil, mas não fala objetivamente se vai privatizar ou não. Essa falta de firmeza, Tarcísio, não passa segurança, parece até que é um produto de marketing.

Você mesmo não queria ser governador de São Paulo, veio a favor do Bolsonaro. Você vai continuar obedecendo e vai fazer tudo que o Bolsonaro mandar?

[Tarcísio de Freitas]: Bom, Vinícius, olha só, quando eu fui Ministro da Infraestrutura, a gente teve vida própria. O Presidente Bolsonaro nos deu liberdade para montar a equipe. Aliás, realmente, pela primeira vez, rompeu com partidos políticos e permitiu que técnicos chegassem aos postos de comando.

Se fosse qualquer outro presidente eleito em 2018, isso não seria possível, só foi possível porque tinha um cara corajoso que resolveu apostar na técnica. Nós montamos um secretariado absolutamente técnico, que deu respostas muito interessantes, muito importantes. Nunca se fez tanto leilão de concessão de infraestrutura como se fez agora.

A gente percebeu a dificuldade do orçamento fiscal e fizemos vários leilões de concessão, leilões que foram extremamente bem sucedidos. Nós conseguimos, com um trabalho técnico, concluir obras que estavam inacabadas, aprovar reformas regulatórias importantes. Há quanto tempo a gente esperava uma reforma da cabotagem?

Há quanto tempo a gente esperava uma mudança no Marco das Ferrovias, que vai permitir, por exemplo, ferrovias privadas no Brasil? Recebemos 80 pedidos de autorização para ferrovias privadas, um deles aqui em São Paulo, que vai ligar Lençóis Paulista a Pederneiras, né? Um projeto para logística da celulose.

Avançamos com o projeto de privatização de Santos, fizemos a primeira privatização portuária da nossa história. Sabesp é um grande desafio. Agora, eu vejo grande potencial, porque quando a gente compara custo regulatório com o custo operacional, a gente vai ver que o custo operacional é maior do que o custo regulatório.

Temos que vencer o desafio da sensorização, o desafio do reuso de água, que é importante, reduzir o prazo para atingir as metas de universalização de saneamento. Tem um upside importante, que são aqueles contratos de concessão que, se forem prorrogados numa privatização, podem, no final das contas, baixar tarifa, mas tem que ser estudado com responsabilidade, como tudo que nós fizemos.

Disseram que não ia ser possível fazer privatização dos portos e nós fizemos a privatização dos portos. E nós conduzimos a política pública do Ministério da Infraestrutura. Ninguém vai mandar no Governo do Estado de São Paulo.

São Paulo não vai ser conduzido, vai conduzir, como é o seu lema, como sempre foi. Pessoas que têm problemas, que estão em partidos aliados conosco, muitas das quais eu nem conheço, não farão parte do governo, porque o secretariado será técnico. Nós vamos fazer a diferença.

[Fabíola Cidral]: Um minuto para sua réplica, candidato.

[Vinícius Poit]: Tarcísio, São Paulo não pode ser palanque eleitoral para nenhuma outra eleição. Como você acabou de responder, você foi conduzido e é conduzido pelo presidente Bolsonaro, foi conduzido para chegar aqui. São Paulo não pode ser conduzido.

São Paulo conduz. São Paulo precisa retomar o espírito no governador, no espírito de Júlio Prestes, no espírito dos heróis da Revolução de 1932 e retomar protagonismo, retomar a autonomia do nosso Estado, Tarcísio. Tarcísio, a gente precisa tirar o governo do cangote do empreendedor, dar ensino profissionalizante para dar mão de obra qualificada para os jovens para alcançar o emprego.

Abaixar imposto e não abaixar a cabeça para presidente nenhum, seja lá quem ele for, Tarcísio. São Paulo precisa ajudar também os microempresários, os pequenos fretadores, os fretadores de aplicativo, não só os grandes empresários de ônibus. E São Paulo não vive só de obra, a gente precisa olhar para quem mais precisa, para os mais vulneráveis, esses sim precisam de mais emprego e de uma luz no fim do túnel.

[Tarcísio de Freitas]: Você fala tanto, Vinícius, em trabalhar com a iniciativa privada, mas votou contra a privatização da Eletrobras, que foi o segundo maior negócio do mundo em 2022. Foi um negócio que vai restabelecer a governança e capacidade de investimento, vai nos deixar mais próximo, por exemplo, da segurança energética que é tão importante.

E que, no final das contas, foi importante para baixar tarifa pelo dinheiro que entrou na conta do desenvolvimento energético. É bom ter o alinhamento com o Governo Federal, mas, no final das contas, quem vai conduzir o estado de São Paulo será o novo governador, e o novo governador serei eu.

[Leão Serva]: A quarta pergunta será feita pelo candidato Elvis Cezar, que precisa perguntar para Vinícius Poit.

[Elvis Cezar]: Candidato, qual sua estratégia e o plano habitacional do seu governo?

[Vinícius Poit]: Elvis, eu começo te dizendo que eu fiz como deputado federal, vai dizer muito o que vou fazer como governador do estado de São Paulo. O maior programa de regularização fundiária que esse governo já viu. Gente, uma regularização fundiária é mais barato que construir um conjunto habitacional necessariamente.

Em áreas onde não tem preservação ambiental, em áreas onde não tem situação de risco para os moradores, a gente dá o papel passado para casa, dá dignidade, a pessoa passa a ter CEP. Você que está assistindo esse debate sabe o que é não ter CEP.

Não dá para receber carta, não dá para abrir um crediário, não dá para ter segurança que aquela casa é sua para fazer uma reforminha, para ir numa casa de material de construção, e muitas pessoas quando eu falo de regularização fundiária, recebem o papel passado, sabe o que eles me falam, Elvis? Puxa vida, posso morrer em paz que a casa vai ficar para os meus filhos.

Regularização fundiária é capital porque abre empresa, toma crédito, empreende. E regularização fundiária, com dois mil reais, você regulariza um lote. Com 200 mil reais, mais de 200 mil reais, a CDHU está construindo casa aqui em São Paulo que poderia ser construída pela iniciativa privada por 170. Aí já tem uma ineficiência na própria CDHU.

Então tudo que der para regularizar, nós vamos regularizar. O que precisar entregar conjunto habitacional, a gente vai entregar, mais barato, sem cabide de emprego e sem corrupção que a gente vê em empresas estatais, Elvis.

Novamente, como deputado federal, eu passei um projeto na Casa Verde e Amarela que permitiu flexibilizar melhor os lotes, no meio da pandemia tem muito mais família vivendo no lote menorzinho, então dá para a gente dividir para cada um ter a sua casinha, e também permitir PPP para municípios que não têm dinheiro, que pode alguém formar uma associação.

Vocês sabem, vocês que formam associação, regularizam os lotes, sabe como funciona — pega capital, resolve, paga parceladinho e tem a sua casa. Essa é a política habitacional que a gente vai fazer para o Governo do Estado de São Paulo.

[Leão Serva]: Candidato Elvis tem um minuto para a sua réplica.

[Elvis Cezar]: Poit, eu fiz a maior regularização fundiária do estado de São Paulo: 40 mil imóveis, 23 mil escrituras entregues. O meu governo foi promissor, foi pioneiro na regularização fundiária. E isso tem, aumenta a receita, local, dá dignidade para as famílias, faz o imóvel valorizar. Tem pessoas que vieram do Nordeste, ficaram dez anos vendendo as férias para construir um imóvel.

Eu tive o prazer de entregar 23 mil escrituras para essas pessoas. Mas o plano habitacional precisa avançar. Nós precisamos construir 200 mil imóveis por ano em São Paulo. E isso precisa acontecer, e eu sei disso porque eu nasci num apartamento da Cohab em Carapicuíba. E faz toda a diferença o imóvel na vida de uma família que começa, começa do nada e precisa ter esperança.

[Leão Serva]: Candidato Vinícius, um minuto e um segundo para a sua tréplica.

[Vinícius Poit]: Elvis, reforçando e trazendo outros efeitos de uma política habitacional bem feita, de uma ocupação do território bem feita, que é um tema que eu converso muito com a Doris, com transparência, com praças de cidadania, isso significa também dignidade e significa também mais Segurança Pública.

Política habitacional bem feita vai levar prosperidade onde as pessoas moram, para não ter que ficar essa problemática de mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Mora na Zona Leste, três milhões de pessoas vêm para o centro, voltam, quase um Uruguai que vai e volta do trabalho para casa com essas cidades dormitórios. Nós vamos levar prosperidade lá.

Política habitacional bem feita é um governo que assume a responsabilidade, não transfere tudo para o município. Vamos conversar com os municípios, vamos fazer um planejamento junto. Vamos ajudar o município a rever o plano diretor e dar uma opinião, sabe, para revitalizar, recuperar o centro de São Paulo, que tem muito morador e tem muita prosperidade, não é só problema.

E com uma política habitacional bem feita, nós vamos dar abrigo para aquelas pessoas que não têm o que comer, não têm onde morar, e isso vai significar a vontade de sonhar novamente.

[Fabíola Cidral]: E a última pergunta desse confronto direto é do candidato Fernando Haddad. O senhor tem que perguntar para Elvis Cezar; 45 segundos para a sua pergunta.

[Fernando Haddad]: Elvis, você já avançou na discussão sobre mobilidade no nosso Estado, mas tem muita coisa que precisa ser dita ainda sobre mobilidade, que é um tema dos mais dramáticos no Estado de São Paulo. Você falou dos pedágios, da renovação dos contratos sem nenhuma vantagem para o usuário, que é o que se faz no mundo inteiro.

Quando se renova um contrato, você baixa o preço do pedágio. Aqui em São Paulo isso não acontece. O atraso enorme das obras, sobretudo do metrô, aqui na capital. O metrô, que não saiu ainda para a Região Metropolitana. Todas as estações citadas: Jardim ngela, Taboão? Cancelaram a obra do metrô do ABC. Eu queria saber: qual é o seu plano de mobilidade para o Estado de São Paulo?

[Elvis Cezar]: Infraestrutura é o que transforma, gera empregos, valoriza, potencializa o desenvolvimento econômico. A minha estratégia é começar fazendo não somente a extensão das linhas do metrô, mas nós precisamos fazer as linhas radiais, que nunca foram feitas.

Porque o metrô induz o desenvolvimento econômico, o metrô gera passageiros; e com as concessões bem feitas e com eficiência, a gente consegue tirar do papel, deixando para o Estado apenas as desapropriações, e isso a gente consegue fazer com eficiência e boa capacidade, boa gestão. E é assim que eu quero tirar do papel e fazer metrô com a velocidade de metrô, não de tartaruga.

São Paulo está muito atrasado. São Paulo não tem eficiência nas suas obras. E isso quem está pagando é o povo, com desemprego e a falta de desenvolvimento econômico.

[Fabíola Cidral]: Um minuto, candidato, para a sua réplica, Fernando Haddad.

[Fernando Haddad]: Eu queria me comprometer com você que me ouve. Eu jamais vou renovar um contrato de concessão de pedágio sem a redução correspondente ao fato de o investimento ter sido amortizado. O metrô de São Paulo, da capital, vai sair para a Região Metropolitana, vai chegar no ABC.

Não vou cancelar contrato assinado, de metrô indo para o ABC, para fazer uma obra que não vai atender a quantidade de passageiros que se deslocam de lá para cá, em busca de uma oportunidade de trabalho. Eu vou tirar do papel uma proposta que há dez anos é aventada: o trem intercidades.

O trem vai chegar em Campinas. E os estudos para São José, Sorocaba e Santos estarão prontos até o final do governo. E vou fazer, na esteira do que o PT vem fazendo na capital, o Bilhete Único Metropolitano. Fizemos o Bilhete Único, o mensal, o semanal, e agora chegou a hora das metrópoles do Estado terem sua vez.

[Elvis Cezar]: O metrô é cada quilômetro é um bilhão de reais, e nós temos a possibilidade. Muitos da iniciativa privada querem fazer a obra, mas o governo não consegue tirar do papel. As linhas radiais são importantíssimas. O ABC sofre com a desindustrialização. O valor do pedágio da Imigrantes, R$ 31,00, ele abafa o crescimento econômico. A juventude do ABC já não tem mais onde trabalhar.

É fundamental a estratégia de um diagnóstico local para cada situação. Precisa ter boa gestão, candidato, e eu fui prefeito, e você foi prefeito. Nós fomos prefeitos juntos. E eu quero fazer uma comparação. Eu entreguei 250 obras no meu governo. Você deixou centenas de obras paralisadas. Eu fiz o melhor sistema de saúde de atenção básica do Estado de São Paulo. Conceito A.

Você teve extrema dificuldade na atenção básica. Eu proporcionei o maior crescimento de desenvolvimento econômico de uma região, a Região Oeste de São Paulo, e tornei a minha cidade a segunda maior empregadora do Estado de São Paulo, pelo CAGED. São Paulo patinou na geração de empregos. Eu consegui zerar a fila de creches.

No seu governo, você patinou para acabar com a fila das creches, que, segundo a imprensa, só aumentou. Eu fui presidente do Conselho Metropolitano, como você, candidato, só que eu consegui entregar o plano de desenvolvimento urbano integrado para o governo levar à Assembleia Legislativa e tirar da frente e proporcionar desenvolvimento econômico para São Paulo, empregos, geração de qualidade de vida

[Leão Serva]: Nós vamos agora a um rápido intervalo. O debate dos candidatos ao Governo de São Paulo, em parceria entre o UOL, a TV Cultura e a Folha, volta já, já. Não vai embora.

[Leão Serva]: Estamos de volta com o debate entre os candidatos a governador de São Paulo, uma promoção do pool de veículos formado pelo UOL, Folha de São Paulo, Rádio e TV cultura. Este evento tem transmissão em tempo real pela internet nas páginas dos veículos promotores. Vamos relembrar as regras deste bloco.

[Repórter]: Neste terceiro bloco, um novo segmento de perguntas de jornalistas do pool. O jornalista escolhe um candidato para responder e outro candidato para comentar as respostas.

As respostas têm três minutos, que podem ser divididos entre resposta de no mínimo um minuto e a réplica. O comentário tem um minuto e meio. Encerrando o debate, os candidatos fazem as suas despedidas em um minuto e meio. A ordem será inversa à abertura do debate.

[Leão Serva]: O primeiro a perguntar é o jornalista Diego Sarza, do UOL, que fará sua pergunta para o candidato Elvis Cezar.

[Diego Sarza]: Muito bem, boa noite a todos. Minha pergunta, então, para Elvis Cezar, com o comentário de Rodrigo Garcia. Bom, candidato, Santana de Parnaíba, cidade da qual foi prefeito, é uma das mais desiguais do país. Embora os condomínios de luxo sirvam ali para arrecadação, o município tem quase metade das casas, 44%, sem coleta de esgoto.

Como essa experiência de comandar uma cidade de apenas 140 mil habitantes te capacita, te credencia para governar um estado tão importante como o Estado de São Paulo?

[Elvis Cezar]: Obrigado pela pergunta. Santana de Parnaíba, quando iniciei de prefeito, tinha 4% de esgoto coletado e tratado; quando eu saí, 65%. Tem a maior desigualdade social em virtude dos condomínios, mas também tem a periferia melhor cuidada, o maior avanço do Ideb do Estado de São Paulo.

Tem também a maior geração de empregos— segunda maior geração de empregos do Estado de São Paulo pelo CAGED. Número um no Estado de São Paulo em segurança pública. Segunda melhor em capital humano, ou seja, formação de jovens da periferia no Estado de São Paulo.

E é somente a 80ª cidade mais rica do Estado, mas, em gestão pública, nos últimos seis anos, nós ganhamos por quatro vezes a melhor gestão pública do Brasil.

[Leão Serva]: Candidato Rodrigo Garcia, um minuto e meio para o seu comentário, por favor.

[Rodrigo Garcia]: Olha, a desigualdade social será um grande desafio nos próximos quatro anos. Já foi, porque nós herdamos, da época do governo da Presidente Dilma, mais de seis milhões e meio de pessoas que vieram para a pobreza ou para a pobreza extrema, e depois, de lá para cá, por conta da COVID e no atual governo, mais oito milhões de pessoas.

São, portanto, quinze milhões de pessoas no Brasil vivendo na pobreza, pobreza extrema a mais. Então, aqui em São Paulo, quando eu tomei posse como Governador de São Paulo no mês de abril, eu fiz questão de tomar posse dentro de um restaurante Bom Prato na favela de Paraisópolis. Fiz isso para chamar atenção da população.

Governar São Paulo é governar um estado poderoso, rico, desenvolvido, mas é governar também um estado com muitas desigualdades sociais. Por isso, hoje, nós temos o Bolsa do Povo, que é o maior programa de apoio a famílias carentes da história de São Paulo. Dentro do Bolsa do Povo, nós temos o Bolsa Trabalho, com cem mil pessoas trabalhando.

Temos o Vale Gás, com 400 mil famílias recebendo o Vale Gás no Estado de São Paulo; aumentei o valor, inclusive, no mês de maio. Teve o programa Dignidade Intima, que, pela primeira vez, o Governo de São Paulo dá absorvente para as meninas da rede pública de ensino poderem não mais faltar às aulas por falta de absorvente.

Tem o São Paulo Acolhe, tem programas de geração de emprego e renda como o Prospera, para mães solteiras, tem cursos de qualificação; é o maior investimento de combate à desigualdade social da história. Agora, nós vamos conseguir combater essa desigualdade com o Brasil crescendo, com o Brasil tendo paz para trabalhar. São Paulo, que é a locomotiva desse país, gerando emprego, gerando oportunidades, mas ajudando quem precisa nesse momento tão desafiador.

[Elvis Cezar]: Ao contrário do que o jornalista falou, os condomínios de Santana de Parnaíba não servem como fonte de arrecadação. Até porque, enquanto prefeito, congelei por sete anos o IPTU de Santana de Parnaíba. A única cidade do Brasil que tem essa marca de oito anos de IPTU congelado. Lá cobra-se menos e faz mais. Entreguei 250 obras.

Mas isso não é essencial, o essencial é o nosso IDH. É o investimento na periferia, que transforma. É zerar a fila da creche, é fazer o maior crescimento da educação do Estado em 2017. Peguei com o Ideb negativo. É ter 100% da educação municipalizada. É ter pessoas que moram em condomínios de luxo e os filhos estudam em escolas públicas. Esse é o orgulho dessa cidade.

Nós somos referência de gestão pública para o estado de São Paulo e para o Brasil. E não foi eu que construí isso tudo, foi um povo, foi uma cidade que tem pertencimento. São varredores, são professores, são pedreiros, são engenheiros que construíram a melhor gestão pública do estado de São Paulo. E é esse modelo que eu criei e dou aula para prefeitos, que eu quero levar para todo o estado de São Paulo.

Santana de Parnaíba tem 150 mil habitantes, que têm pertencimento e orgulho. Tem um Poupatempo lá novinho construído por mim, que o governador não foi inaugurar por causa de questão política, e deixou o povo lá sem atendimento.

O hospital de Barueri quem está construindo é a cidade de Barueri, porque quem ia construir não é... não foi o governo do estado de São Paulo, esses investimentos são municipais. Somos referência em mortalidade infantil para o estado de São Paulo e para o Brasil. Eu tenho orgulho dessa terra.

[Leão Serva]: É muito importante que a plateia não se manifeste, porque atrapalha o raciocínio e o andar da carruagem aqui. Segundo jornalista a perguntar é Fábio Zanini, da Folha de S.Paulo, que faz sua pergunta para Fernando Haddad.

[Fábio Zanini]: Boa noite. Comentário do candidato Tarcísio, por favor. Candidato Haddad, em 2013, quando o senhor assumiu a Prefeitura de São Paulo, o senhor decidiu não reajustar as tarifas de ônibus. Na época, o senhor atendeu aí a uma pressão, a um pedido do Governo Federal, da presidente Dilma Rousseff.

Quando o senhor decidiu fazer o reajuste, em junho, todo mundo sabe o que aconteceu, tivemos aí as maiores manifestações de rua em décadas no Brasil. Se o senhor virar governador no ano que vem, o senhor vai se deparar com um problema parecido com relação às tarifas do metrô e da CPTM, que estão sem reajuste desde 2020 — 20% a defasagem.

O senhor vai fazer o reajuste das tarifas ou o senhor vai de novo se submeter a pressão do Governo Federal?

[Fernando Haddad]: Em primeiro lugar, agradeço muito a pergunta, mas eu gostaria de fazer alguns esclarecimentos. Não foi um pedido da Dilma Rousseff para mim, foi um pedido para mim, para o governador Geraldo Alckmin, para o governador do Rio de Janeiro e para o governador do estado do Rio e da cidade do Rio de Janeiro.

O objetivo era ganhar tempo, alguns meses, foram cinco meses, porque a Presidenta Dilma queria editar uma Medida Provisória para zerar os impostos federais sobre transporte público urbano. Esse foi o objetivo da Presidenta Dilma. E ela cumpriu o acordo conosco.

Os impostos foram zerados, e para uma inflação acumulada de 17%, nós tomamos uma decisão conjunta de reajustar pouco mais de 6%, em benefício do usuário. Então aquilo era uma vantagem para São Paulo e para o Rio, e que atendeu o Brasil inteiro, de diminuir os impostos sobre o transporte público, o que é uma ótima recomendação.

O transporte público não pode pagar imposto, porque isso vai recair sobre os prefeitos, que cada vez mais subsidiam as tarifas. O metrô, como você sabe, é da alçada estadual, e nós temos um problema grave, que é a queda do número de passageiros do metrô. O pós-pandemia não está fazendo com que as pessoas voltem a usar o metrô, muita gente migrou para o carro e continua no carro.

Nós vamos ter que fazer uma grande campanha para fazer as pessoas voltarem a usar o transporte público. A queda é entre 25 e 30%. Vamos fazer o bilhete único metropolitano. E eu defendo desde 2013 que a CIDE seja municipalizada e estadualizada, para financiar justamente o transporte de massa.

Eu acho que a CIDE não deveria ser federal, ela deveria ser utilizada para subsidiar o transporte público e não aumentar as tarifas, até o momento em que a gente possa ampliar as gratuidades, como fizemos: passe livre do idoso, passe livre do estudante, que infelizmente o governo atual cortou.

[Leão Serva]: Candidato Tarcísio, um minuto e meio para o seu comentário.

[Tarcísio de Freitas]: Olha, primeiro é fundamental a gente entender como estão as equação tarifárias, que normalmente são muito antigas e precisam de revisão, de atualização. O cenário é interessante, porque o cenário aponta para uma diminuição da inflação. O Brasil é um país que está tendo efetividade no combate à inflação. A gente deve terminar o ano de 2022 com uma inflação menor do que a de Estados Unidos, países da zona do Euro e do Reino Unido. Então, a gente está tendo eficiência, graças a medidas que foram tomadas, graças à autonomia do Banco Central, que foi uma medida importante do presidente Bolsonaro, que passou e que nos dá uma estabilidade de política monetária. O Banco Central foi o primeiro Banco Central do mundo a subir juros, vai ser o primeiro Banco Central do mundo a baixar juros, com toda a certeza. E nós vamos ter que definir exatamente qual é a diferença da tarifa técnica para a tarifa social e verificar se é o momento adequado de fazer reajuste ou não. A ideia é que no ano que vem não tenha reajuste. É nós vamos restabelecer aquilo que foi tirado pelo governo do PSDB nesses últimos anos, ou seja, os benefícios que determinados estratos da nossa sociedade que eles tinham e foram subtraídos, nós precisamos restabelecer, porque é uma questão de Justiça. Além disso, a recuperação econômica, a recuperação do emprego vai fazer com que o nível de atividade no metrô volte e, portanto, as receitas.

[Fernando Haddad]: Nós vamos restabelecer o que foi tomado, até porque fomos eu e o governador Alckmin que estabelecemos a gratuidade a partir dos 60 anos de idade, uma medida que eu não sei por que foi revogada pelo Doria e pelo Rodrigo Garcia. Aliás, o Rodrigo é quem assina a medida. Nós vamos voltar com o Passe Livre do Idoso. Vamos ampliar as gratuidades, como fazemos desde o governo da Marta, e vamos fazer o Bilhete Único Metropolitano, porque não é justo que quem mora, por exemplo, em Santana do Parnaíba seja obrigado a pagar duas ou três passagens para trabalhar na capital.

[Leão Serva]: Agora o jornalista Thiago Herdy, do UOL, faz uma pergunta para Rodrigo Garcia.

[Thiago Herdy]: Boa noite, candidatos. O comentário para essa pergunta será do candidato Fernando Haddad. Governador, o irmão do senhor, Marco Aurélio Garcia, foi condenado à prisão depois de ser aprovado que ele era um operador de lavagem de dinheiro para integrantes da máfia do ISS. Esse grupo lesou a Prefeitura de São Paulo em mais de 500 milhões de reais, entre 2010 e 2013. Até 2010, o senhor ainda era secretário dessa mesma Prefeitura, durante a gestão de Gilberto Kassab. Ao final do processo judicial, o seu irmão confessou os crimes de que foi acusado. A minha pergunta ao senhor é a seguinte: como era possível não saber dos malfeitos de seu irmão, dentro de um governo do qual o senhor era tão próximo?

[Rodrigo Garcia]: Olha, ninguém é responsável por irmão, ninguém é responsável por ninguém. Nós somos responsáveis pelos nossos atos. Se ele fez algo de errado, ele que pague.

Eu respondo pelos meus atos, e, pelos meus atos, eu tenho o maior orgulho de, durante 27 anos, trabalhar no serviço público, ser secretário em várias oportunidades, ser deputado estadual, deputado federal, presidente da Assembleia, vice-governador e, hoje, governador, e nunca ter respondido a um processo sequer de improbidade administrativa.

Porque tenho uma história dedicada a São Paulo, uma história limpa e uma história dedicada à construção deste Estado. Então, é fundamental a gente poder aqui separar as coisas. E a sociedade sabe disso, sabe que cada um responde pelos seus atos. Não tenho negócios com ele, não tenho convivência comercial nenhuma com ele.

Ele é meu irmão e ele que pague pelos seus atos. Agora, o fundamental é que a gente tenha um combate forte à corrupção, aos malfeitos, como nós temos procurado fazer aqui em São Paulo. Nós estamos aqui, ao longo de quatro anos, fazendo o maior investimento público da história de São Paulo.

É importante lembrar, eu vi aqui o candidato Haddad falar da diminuição dos investimentos em São Paulo. Em 2018, São Paulo investiu 11 bilhões de reais. Neste ano, nós vamos investir 27 bilhões de reais. Isso é muito mais do que nós herdamos.

Se teve alguma queda de investimentos, é bom ele perguntar para o ex-governador Alckmin, porque neste mandato nós estamos crescendo os investimentos no Estado de São Paulo. Isso é que está gerando obra, gerando emprego; e, para o futuro, eu vou combater muito a desigualdade social com projetos concretos, como por exemplo o imposto zero para a população mais pobre.

O imposto, aqui em São Paulo, pela população mais pobre será devolvido, o pobre não vai pagar imposto. Como o Cartão Bom Prato. Nós vamos levar a comunidade e levar dentro do bolso da população a comida, para que ninguém passe fome no Estado, e, ao mesmo tempo, continuar com o grande programa de investimentos para gerar emprego e renda em São Paulo.

[Leão Serva]: Haddad, um minuto e meio, por favor.

[Fernando Haddad]: Eu queria deixar clara a minha posição, até porque eu acho que, pela formação jurídica que eu tenho, eu preciso concordar parcialmente com o que foi dito aqui pelo meu adversário. As penas no Brasil são individualizadas.

Você responde pelo crime que você comete, você não pode responder pelo crime de uma pessoa que é da sua igreja, que é do seu partido e, até mesmo, que é da sua família, como o caso de Marco Aurélio Garcia, que foi condenado a 16 anos de prisão pelo fato de ter ajudado uma máfia, a máfia do ISS, a desviar 500 milhões de reais, segundo o Ministério Público, dos cofres da Prefeitura de São Paulo.

Mas eu penso, Rodrigo, que isso é correto, você está certo, mas o que o jornalista perguntou é que você estava a poucos metros da sala onde o seu irmão agia criminosamente. Alguma coisa em torno de? São poucos metros, você atravessava uma rua, e o teu irmão já estava lá fazendo as maracutaias com uma máfia de uma dúzia de fiscais que desviaram meio bilhão de reais.

Então a pergunta é a seguinte: para quem tem por slogan proteger São Paulo, será que não é o caso de perguntar, um irmão seu, a poucos metros de distância, você tendo o dever de proteger a Prefeitura de São Paulo, na gestão Kassab, isso acontecer, é uma coisa que chama atenção e justifica a pergunta.

[Rodrigo Garcia]: Haddad, é a mesma coisa de eu dizer para você que você tinha que ter cuidado do erário público quando você foi ministro do Lula. O Mensalão começou no governo que você participou.

Silvinho Land Rover, Delúbio Soares, Vaccari, nós tivemos os maiores escândalos de corrupção da história do Brasil no seu partido, e nem por isso eu acuso você pessoalmente de qualquer malversação de serviço público, penso que você é uma pessoa correta. Agora, não venha querer transferir para outros um problema que não é meu, como provavelmente o Mensalão, o Petrolão não foi problema seu.

Então, não queira aqui confundir a cabeça das pessoas, né? Nós precisamos ter muita seriedade de cuidar desse debate.

Aliás, nós estávamos falando sobre aumento de impostos, diminuição, é importante lembrar que, no governo do Haddad, teve muito aumento, sim: aumento de fila de creche, aumento de cirurgias eletivas, mas teve diminuição também: ele diminuiu o transporte do deficiente nas escolas de São Paulo, ele diminuiu a ronda escolar, deixando os alunos desprotegidos.

Isso é, sim, fundamental para a gente debater aqui o que cada um fez da sua vida por São Paulo, em favor de São Paulo, e é por isso que eu quero uma chance de continuar quatro anos governando esse estado.

[Leão Serva]: A próxima jornalista—

[Leão Serva]: Senhores, silêncio. A próxima jornalista é a Vera Magalhães, da TV Cultura, que fará sua pergunta para Tarcísio de Freitas.

[Vera Magalhães]: Boa noite, comentário do candidato Vinícius Poit. Candidato, no seu plano de governo para a área da cultura, o senhor propõe o alinhamento às políticas do Governo Federal nessa área.

As políticas do Governo Federal incluem o desmonte da Lei Rouanet, que foi inclusive prometido pelo presidente Jair Bolsonaro na campanha, porque ele associava essa lei a mamatas, e, neste ano, o veto integral às leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que destinavam quase sete bilhões para recuperar a área de cultura depois da pandemia.

Queria saber se é esse tipo de alinhamento que o senhor propõe e o que o senhor pretende fazer com os planos de cultura que já existem aqui no Estado de São Paulo.

[Tarcísio de Freitas]: Bom, boa noite, Vera. A ideia é incentivar a cultura. São Paulo é um grande polo cultural, transpira cultura, tem uma tradição na cultura, e a gente quer trazer a cultura para as pessoas. Mais importante que levar as pessoas até a cultura é levar a cultura até as pessoas.

De toda essa jornada de campanha, uma das atividades que mais me emocionou foi a visita ao Instituto Bacarelli, lá na favela de Heliópolis, patrocinada, em grande medida, pela Lei Rouanet, e é muito bacana ver como a educação musical transforma realidades.

Aquelas crianças, que entram desde novinhas no instituto, têm acesso a educação musical, vão se desenvolvendo, e nós temos hoje vários músicos importantes que participam de orquestras filarmônicas no mundo inteiro e que foram ali formadas naquela instituição.

Nós queremos mais institutos Bacarelli, nós queremos ampliar a quantidade de vagas, fazer com que mais pessoas possam ter a vida transformada pela cultura, pela música, pelas artes cênicas, também pelo esporte, por que não? As escolas têm que virar escolas integradas para que a gente possa trazer atividade cultural para dentro da escola.

Nós precisamos levar os espetáculos para o interior. Nós temos excelentes equipamentos no interior e precisamos fazer com que grandes espetáculos possam ir para lá.

E o modelo de gestão cultural de São Paulo facilita isso, porque nós temos uma gestão publicizada: organizações sociais que hoje tomem— tomam conta dos empreendimentos artísticos, empreendimentos culturais e do acervo, também, da infraestrutura de cultura, então fica fácil transpor espetáculos, transpor atividades para o interior e fazer com que esses espetáculos cheguem às pontas da linha.

Nós temos aí um patrimônio que é de São Paulo que são os rodeios, que a gente precisa estimular. Cada rodeio gera 2.000, 2.500, 3.000 empregos diretos, então vamos fazer com que isso seja visitado pelo Brasil inteiro. É uma grande manifestação cultural do Estado de São Paulo. Investir na cultura regional é uma coisa muito importante. Vamos ampliar as fábricas de cultura e também investir muito na economia criativa.

[Leão Serva]: Vinícius Poit, um minuto e meio, por favor.

[Vinícius Poit]: O exemplo do Bacarelli é um ótimo exemplo, conheço, aqui na favela de Paraisópolis, assim como outros que a gente tem pelo Estado de São Paulo: a Fábrica de Criatividade, do Denilson, ali no Capão Redondo, um exemplo que une cultura, une tecnologia, programação, artes cênicas, criatividade. Insere as crianças e adolescentes em um outro mundo que talvez elas não tenham aquela inspiração, aquela referência dentro de casa ou ali na comunidade, e isso passa a existir, levando para elas, levando até elas uma outra referência que principalmente não seja o crime organizado.

Eu visitei e conheci de perto a situação de Medellín, que já foi a cidade mais violenta do mundo na época do narcotráfico, hoje é a mais inovadora, porque, além de polícia, a gente levou outros equipamentos do Estado: levou esporte, levou cultura, levou centro de mediação de conflito.

Levou escola, sim, integrada, escola integral, integrada com cultura e esporte, projeto de vida, empreendedorismo, educação financeira e ensino profissionalizante no contraturno, mas também a primeira infância, que faz parte ali da fase principal de um ser humano.

Gosto do modelo das OSs, como tem em Brodowski, com a Casa de Portinari, como tem a mesma fundação, a mesma OS lá em Tupã, com o Museu Indígena, como a Sala São Paulo também é regida por uma fundação, e agora a gente vê o modelo da inauguração do Museu do Ipiranga, onde está lá a USP. Então, cultura é muito mais economia criativa e é priorização para os jovens.

[Leão Serva]: Tarcísio de Freitas, 42 segundos para sua tréplica.

[Tarcísio de Freitas]: Também vamos fazer com o que programa paulista, o programa de incentivo à cultura, receba recursos, recursos que vão vir do Tesouro, e também recursos que virão dos incentivos fiscais para fundações, para empresas, para que a gente possa continuar financiando empreendimentos culturais, levando a cultura até as pessoas.

E nós vamos investir muito na educação. A educação é transformadora, a gente quer, por exemplo, que o ensino médio seja o ensino de tempo integral, onde a gente tenha lá o programa de Jovem Aprendiz, onde a gente abra a porta do mercado de trabalho para esse jovem, aonde a gente possa promover as transformações do Brasil e do estado de São Paulo.

[Leão Serva]: E agora, é a última pergunta que vai ser feita pelo Tayguara Ribeiro, da Folha, para Vinícius Poit.

[Tayguara Ribeiro]: Comentário, Elvis. Candidato, eu gostaria de insistir em um tema que não ficou totalmente compreensível. O senhor, qual é sua avaliação a respeito das cotas raciais nas universidades? E você pretende implantar cotas raciais no funcionalismo público em São Paulo?

[Vinícius Poit]: Tayguara, obrigado pela pergunta, novamente. Eu acredito que a gente está dando o maior exemplo dessas eleições partindo da nossa atitude já na candidatura. As cotas raciais, como eu coloquei anteriormente, elas existem no Brasil e ninguém vai desligar a chave, ninguém vai tirar as cotas raciais. Mas a gente precisa caminhar para um mundo que não precise delas. A gente precisa investir na base.

A gente precisa dar condições iguais de oportunidade lá no começo, porque aí não vai precisar de cotas. Então ninguém... sabe, parece que: puxa, vai vir o candidato do Novo, vai vir o candidato liberal, vai acabar com as cotas de uma vez por todas. Lógico que não, gente. As cotas precisam ser encaradas como modelo de transição, mas a causa precisa ser resolvida.

Eu entendo, Tayguara, que o modelo muito mais assertivo para a sociedade seriam cotas de renda, porque pode ter alguma raça específica que é rica, aí tem a cota racial, mas vai estudar pela cota racial? Eu não sei se isso é tão justo. Vamos discutir com a sociedade, com a autonomia que as faculdades merecem ter.

Agora uma novidade que nós vamos trazer, conversando com as universidades também, Tayguara, é permitir que mais alunos que não tenham renda para estudar, estudem nas universidades públicas. No momento em que a pessoa rica seja ela preta, branca, parda, possa contribuir com a sua mensalidade.

A pessoa rica hoje paga o cursinho, paga o colégio de altíssimo qualidade, entra na faculdade e é sustentada pelo pobre que paga o ICMS, paga o imposto pelo consumo e sustenta a faculdade.

Então, mais do que as cotas raciais, que a gente vai encarar esse modelo de transição ainda até que todos, independente de ser branco ou negro, tenham oportunidades iguais no estado de São Paulo, essa verdadeira política de um governante, a gente tem que olhar para critérios de renda no nosso Estado.

[Leão Serva]: Elvis Cezar, um minuto e meio para o seu comentário.

[Elvis Cezar]: Eu tenho um programa específico para isso, que é a força da mulher. Nenhum negro, nenhum branco, nenhum pardo, chega na universidade se não tiver oportunidade de um ensino infantil de excelência. E o que falta hoje no estado de São Paulo? São as vagas de creche.

Eu quero ser governador, mulher, para que você nunca mais, para que nunca mais falte vagas de creche no estado de São Paulo. Porque eu farei consórcio com as 645 cidades, e nós vamos eliminar esse problema e investir no ensino infantil, porque é o principal ensino. Quanto à universidade, eu sou favorável às cotas. É muito importante as cotas para o reequilíbrio da sociedade.

O que eu quero dizer é que eu vou democratizar o ensino universitário por meio da Unifesp. Eu, enquanto prefeito, fui o primeiro a assinar o convênio com a universidade virtual do estado de São Paulo, que reproduz os cursos da Unicamp, da USP e da Unesp.

E hoje temos apenas 50 mil alunos. No meu mandato, eu vou estender para todas as cidades, e chegaremos e atenderemos 500 mil universitários, de forma gratuita. Vai ter amplitude e nós vamos assim dar oportunidade do acesso não só do negro, do branco, mas a todos à universidade de qualidade em São Paulo.

[Leão Serva]: Vinícius Poit, 54 segundos, por favor.

[Vinícius Poit]: Aproveito para retomar um tema aqui, que foi a primeira infância, onde eu mencionei, que o candidato Elvis também colocou, gente, que o governo do Estado, alguns falam: Ah, mas é responsabilidade do município, mas o governo pode atuar. A política do ICMS educacional que já funciona em outros estados do Brasil, nesse daqui é a passos de tartarugas.

O projeto estava na Assembleia, governo que demorou, sabe, e isso não saiu. O governo de posse do repasse do ICMS para os municípios, gente, pode passar mais ICMS para aquele município que tem uma nota melhor no SARET, para aquele município que tem vaga da creche zerada, para aquele município que tem escola de primeira infância de qualidade, gente.

Ele vai merecer o incentivo a mais. Aquele que não tem, vai, ó, pessoal, você precisa melhorar a educação na primeira infância. Isso já funciona no Ceará, em Pernambuco, e nós vamos colocar em São Paulo, gente. Primeira infância ou seja lá o que for é responsabilidade do governador também.

[Leão Serva]: E assim termina mais essa sessão de perguntas de jornalistas aos candidatos a Governador de São Paulo. Agora nós vamos a um rapidíssimo intervalo, fique aí, a gente volta já, já, com as despedidas dos candidatos ao Governo de São Paulo. Não saia daí.

Leia a íntegra das considerações finais:

[Fabíola Cidral]: Estamos de volta a este momento histórico da democracia brasileira, que vai chegando ao fim. Vamos então ouvir as despedidas e as considerações finais de cada candidato, Leão?

[Leão Serva]: Vamos. Pela ordem inversa do primeiro bloco, o primeiro a falar é o candidato Tarcísio de Freitas, do Republicanos. Dois minutos, candidato.

[Tarcísio de Freitas]: Quero agradecer a oportunidade e a iniciativa da Rádio e TV Cultura, da Folha, do UOL de promover este debate, e responder uma pergunta que muita gente me faz: "Tarcísio, por que você quer ser governador do Estado de São Paulo? O que te move?".

Eu quero dizer que o que me move é o senso de inconformismo, o mesmo senso que me levou a concluir obras que estavam paradas, a acabar com os atoleiros da 163, a entregar a Ferrovia Norte e Sul, a fazer a ponte do Abunã, a acabar com o sofrimento daquelas pessoas que, no final das contas, dependiam da balsa para atravessar o Rio Madeira.

É o inconformismo que eu tenho hoje de ver a falta de saneamento na Vila Airosa, de ver como as pessoas sofrem na Comunidade do Campo Grande, lá em Campinas, de ver a situação do hospital de Itapetininga, do hospital Frei Galvão, lá em Guaratinguetá, do hospital de Esperança, em Prudente, hospitais que estão operando abaixo da sua capacidade. A gente precisa?

O mesmo inconformismo de ver que o metrô não se expande à velocidade que a gente queria, de ver uma obra como o Rodoanel paralisada, de ver que os alunos do Ensino Médio de São Paulo estão saindo sem perspectiva porque terminam o Ensino Médio sem proficiência em Português e em Matemática. Ao longo da minha vida, me acostumei a tirar projetos do papel.

Eu já fiz, vou fazer aqui. A gente precisa escolher lado, e eu quero estar do lado de quem enfrentou problemas e soube superar. Estou do lado do presidente Bolsonaro. Meu nome é Tarcísio, meu número é 10.

[Leão Serva]: Todos vocês viram que eu errei, é um minuto e meio para as considerações finais.

[Fabíola Cidral]: E agora as considerações finais? Não, é que é um e meio mesmo, candidato. As considerações finais agora do candidato Fernando Haddad, do PT. Um e meio.

[Fernando Haddad]: Eu queria agradecer a você que teve a paciência de nos acompanhar até aqui. O lema do Estado de São Paulo, ele é muito bonito: "Pelo Brasil, façam-se grandes coisas".

Foi exatamente isso que nós, há um ano e meio, tentamos fazer pelo Brasil e por São Paulo: unir as forças democráticas, criar uma chapa que representasse a redemocratização do país, a Constituição de 88, que vem sendo rasgada dia após dia pelo atual governo, recuperar a nossa autoestima, recuperar o nosso lugar no concerto das nações, recuperar a esperança de dias melhores.

Nós estamos no meio de uma campanha em que nós estamos oferecendo propostas concretas para você. Propostas que têm a ver com a nossa história, no Estado de São Paulo, no país e na Cidade de São Paulo: os hospitais-dia, o Bilhete Único Metropolitano, um Ensino Médio revolucionário, que, por meio dos institutos federais, que não faça com que o jovem termine o Ensino Médio com proficiência de sétimo ano do Ensino Fundamental.

Uma segurança para valer, com policiais valorizados e chegue no andar de crime organizado e façam o seu trabalho. Nós temos a melhor equipe, o melhor plano de governo. Para isso, eu te peço, para presidente, vote 13, Lula e Alckmin; para governador, vote 13, Haddad e Lúcia França.

[Mediador]: Candidato Rodrigo Garcia, por favor, suas despedidas, um minuto e meio.

[Rodrigo Garcia]: Quero agradecer à TV Cultura, também ao UOL e à Folha por dar essa oportunidade. Cumprimentar aqui os candidatos, agradecer a companhia aqui no recinto da minha esposa Luciana, minha namorada desde os 15 anos de idade, ao lado da minha filha Isabela.

Saudar aqui o meu candidato a vice, o Geninho; meu candidato ao Senado, Edson Aparecido; e dizer que hoje você pôde acompanhar aqui as propostas dos candidatos e pôde ver exatamente aquilo que eu penso em relação a São Paulo. Eu estou trabalhando há muito tempo por São Paulo, dedicado a São Paulo. Tenho muito orgulho do nosso Estado.

Encho o peito para falar de São Paulo, porque eu sei que não foi fácil a gente chegar até aqui, e agora nós temos que fazer uma escolha: quem é que vai governar São Paulo nos próximos quatro anos? Por isso eu peço a sua atenção, que está nos assistindo, para a eleição de São Paulo. É o governador que está aqui no dia a dia, resolvendo o problema da segurança, da saúde, da educação.

É o governador que visita os municípios, visita os hospitais. É o primeiro a chegar nas grandes ocorrências de São Paulo, portanto, é fundamental que São Paulo seja senhor do seu destino.

Não estou aqui para representar palanque de candidato a Presidente da República, representar partido, eu estou aqui para representar você, que tem aspirações de continuar subindo de vida, que precisa de um apoio do governo, mas eu quero proteger São Paulo dessa guerra também política, ideológica, que não está levando nada a lugar nenhum, mas não vou conseguir fazer isso sozinho.

Vou precisar do seu voto de confiança. Eu sou governador há cinco meses, já mostrei para São Paulo as minhas atitudes. Sou um homem de fé, um cristão e preciso do seu apoio e do seu voto, e uma chance para ser governador de São Paulo pelos próximos quatro anos. Rodrigo, 45.

[Fabíola Cidral]: E conforme—

[Fabíola Cidral]: Conforme a ordem do sorteio, agora é a vez do candidato Elvis Cezar. Um minuto e meio, por favor.

[Elvis Cezar]: Eu quero agradecer a Deus a oportunidade e à minha família, à minha esposa Selma, que está aqui, à minha vice, Gleides Sodré. O meu candidato à Presidência da República é o Ciro, número 12; ao Senado, Aldo Rebelo, 123. Peço para vocês: votem nos nossos candidatos a deputado do PDT, e eu quero aqui falar que, nos últimos 20 anos, eu combati o bom combate.

Fui prefeito por quatro vezes o melhor do Brasil, e o problema de São Paulo está nas cidades, e eu sei como resolver isso. Eu peço uma oportunidade para você para um projeto novo — chega dos mesmos! —, um projeto novo, com capacidade, experiência e que já provou que sabe fazer, para a gente fazer um movimento pela educação, a melhor educação do Brasil aqui em São Paulo!

Eliminar filas na saúde, nunca mais faltar remédios. Eu quero fazer a maior geração de empregos do Estado, apoiar a periferia, dar oportunidade para o jovem, para o idoso, para o empreendedor, para a mulher empreendedora. Eu quero fazer um estado com segurança, que as pessoas possam andar com tranquilidade. Eu quero fazer São Paulo voltar a ser a locomotiva do Brasil. Eu sou Elvis, 12, o próximo governador.

[Leão Serva]: E agora as considerações finais do candidato Vinícius Poit.

[Vinícius Poit]: Primeiro, queria agradecer demais você que esperou até agora, essa hora da noite, tem que acordar cedo amanhã, trabalhar, pagar imposto para dedéu e não recebe nada em troca do governo. Então, o único candidato a governador que não usa o seu dinheiro para fazer campanha, não usa o Fundão, não deve nada para político nenhum, não tem rabo preso, não tem padrinho sou eu.

Peço seu voto, Poit 30 para governador, sabe? É Poit e Doris, a dupla que chegou para trintar esse ano no Estado de São Paulo e para mostrar que é diferente desde o começo. O Senador Mellão, que está aqui comigo — obrigado, Mellão, por sempre estar comigo, você é meu amigão nessa parceria, nessa jornada política, um conselheiro, um bom amigo e um herói que vai lutar por São Paulo no Senado, Senador 300, nosso Presidente D'Ávila 30.

Gente, São Paulo precisa retomar prosperidade. Eu conheço a história de São Paulo da época que meu pai nasceu na roça, em Oswaldo Cruz, vinha para São Paulo de trem, trabalhar, ralar, conseguiu vencer na vida, pagou imposto, tudo declaradinho, diferente da maioria dos políticos que estão aí.

Me dê uma oportunidade, e é perante a ele, perante a gratidão que eu tenho pela minha família, perante a Deus, que me deu ferramentas, eu quero devolver para a sociedade com um governo novo de verdade e retomar a prosperidade de São Paulo. Obrigado, Evelyn, minha noiva, que está sempre comigo, obrigado por superar os desafios juntos e estar nessa parceria. Vote 30, vote NOVO, esse é novo governador.

[Fabíola Cidral]: E termina aqui— e termina aqui o debate entre os candidatos a governador de São Paulo. Em poucas semanas, um deles será eleito governador de todos os paulistas, como mandam as regras democráticas, e pelo processo eleitoral instituído pela Constituição de 1988, e que se tornou — o Brasil, inclusive — uma grande referência mundial.

[Leão Serva]: Em caso de segundo turno, a TV Cultura realizará um programa Roda Viva com a presença dos dois candidatos mais votados. Esse debate teve promoção da TV Cultura, UOL e jornal Folha de São Paulo, e transmissão por suas redes digitais. A partir de agora, pode ser acessado no site dos três veículos e nos seus canais no YouTube, Twitter e Facebook.

[Fabíola Cidral]: Em nome das empresas do pool, nós agradecemos a presença aqui dos cinco candidatos, muito obrigada por vocês estarem aqui, e especialmente a você aí em casa que nos acompanhou até agora. Muito obrigada pela sua audiência, pela sua companhia e uma boa noite.

[Leão Serva]: Boa noite.

Participaram desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Caê Vasconcelos, Isabela Aleixo, Felipe Pereira, Gabriela Vinhal, Gilvan Marques, Herculano Barreto Filho, Juliana Arreguy, Leonardo Martins, Lucas Borges Teixeira, Mariana Durães, Rafael Neves, Stella Borges, Wanderley Preite Sobrinho

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