Reciclagem de eletrônicos: entenda o processo - eCycle

2022-07-02 02:14:32 By : Ms. Vivian Liu

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Reciclagem de eletrônicos. Imagem de nanoslavic no Pixabay

A reciclagem de eletrônicos é fundamental para diminuir ou amenizar os danos causados pela indústria. Mas você sabe o que é lixo eletrônico?

Lixo eletrônico, Resíduos de Equipamentos Elétricos e eletrônicos (REEE) ou e-lixo são termos utilizados para se referir a todos os equipamentos elétricos e eletrônicos, suas partes e acessórios que foram descartados por seus proprietários, sem a intenção de reutilizá-los.

As tecnologias do mundo moderno possibilitam que novos aparelhos sejam lançados e novas tendências surjam rapidamente no mercado, em um processo planejado que leva o consumidor a substituir seus produtos eletrônicos sem necessidade, gerando um volume cada vez maior de lixo eletrônico.

Esse fenômeno, chamado de obsolescência programada, contribui significativamente para o aumento do lixo eletrônico, que pode causar diversos impactos ambientais e para a saúde humana se descartado de maneira incorreta.

De acordo com o relatório The Global E-Waste Monitor, produzido pela ONU em 2017, o Brasil produz em média 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano.

No mundo, foram gerados o equivalente a 4,5 mil Torres Eiffel de lixo eletrônico (44,7 milhões de toneladas) nesse mesmo ano. Até 2021, a previsão é que esse número suba para 52,2 milhões de toneladas por ano.

Os equipamentos elétricos e eletrônicos possuem diversos componentes tóxicos em suas estruturas. Se descartados de maneira incorreta, esses resíduos tóxicos podem contaminar o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco a saúde pública. Segundo o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), cerca de 70% dos metais pesados encontrados em lixões e aterros sanitários controlados são provenientes de equipamentos eletrônicos descartados incorretamente.

Um estudo do Centro de Ecologia Ann Arbor, pesquisou 36 celulares de diferentes marcas e modelos, analisando a quantidade de componentes tóxicos presente nos aparelhos, como chumbo, bromo e cádmio. São elementos que desde sua extração até o fim da vida útil do produto causam potenciais danos ao meio ambiente e à saúde humana.

Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) procura organizar a forma como o setor público e privado devem tratar os resíduos. A lei trata de todos os materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados, sejam eles domésticos ou industriais. A PNRS indica que a responsabilidade pela logística reversa de alguns produtos – entre eles, os eletroeletrônicos, pilhas e baterias – deve ser dos fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores.

Porém, só é possível começar esse processo com a participação efetiva dos consumidores, que precisam se comprometer a descartar seus produtos fora de uso em locais adequados, que permitam sua coleta e reciclagem adequadas.

O lixo eletrônico tem potencial de transformação e pode até ser lucrativo para as empresas fabricantes. Quando manejados corretamente, esses resíduos podem ganhar vida nova, gerando faturamento para as geradoras. Além disso, a relação entre lixo eletrônico e logística reversa é fundamental para poupar o meio ambiente, evitando a contaminação de solos, mananciais e o surgimento de doenças.

Ainda segundo a lei brasileira, a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos é compartilhada. Logo, todos somos parte deste processo.

No Brasil, existem locais corretos para se realizar o descarte de produtos eletroeletrônicos. Os comerciantes e distribuidores são responsáveis por receber estes equipamentos e entregar aos fabricantes e importadores, que, por fim, são responsáveis por assegurar a destinação final ambientalmente adequada a estes equipamentos, como a reciclagem.

Após a coleta, o processo de reciclagem de equipamentos eletrônicos se inicia por meio de uma triagem, que pode ser feita manualmente ou por um computador. Há a separação dos equipamentos em condições de uso (que podem ser doados) dos que não podem ser reutilizados. Logo, os aparelhos são desmontados, e a carcaça, a bateria, o vidro e as placas de circuito são separados, sendo dado um destino diferente para cada componente.

A carcaça é triturada e separada por material de acordo com a sua densidade. Depois disso, os resíduos podem ser vendidos para outras empresas que utilizam os polímeros presentes nesses objetos, bem como incinerados para gerar energia. Esse método, no entanto, ainda suscita discussões devido às substâncias que podem ser liberadas a partir dessa queima, como a dioxina.

Eles ainda podem ser derretidos e transformados em outro plástico. Este material reciclado apresenta, segundo algumas pesquisas, desempenho satisfatório em testes de resistência mecânica.

Os materiais tóxicos são colocados em tanques preparados para armazenar esse resíduo eletrônico e são destinados a empresas especializadas.

Os vidros dos equipamentos possuem diferentes componentes. Eles podem ser separados por tipo ou misturados e passam por um processo de moagem e tratamento, sendo vendidos para empresas que os utilizem como matéria-prima. Já as baterias são separadas e destinadas a empresas específicas, que farão o descarte correto ou a reciclagem.

No Brasil ainda não existe processo de reciclagem para a placa de circuito impresso (PCI). Ela é encaminhada para países que possuem tecnologia suficiente para realizar esse tipo de reciclagem, como os Estados Unidos e a Suíça.

Mesmo sem uma tecnologia adequada para a reciclagem do e-lixo, a China e a Índia são os países que mais recebem esses materiais. Seus trabalhadores não utilizam proteção e descartam os rejeitos no solo ou nos corpos d’água.

Existem três tipos de reciclagem para as placas de circuito: mecânico, químico ou térmico. Na reciclagem mecânica, ocorre a fragmentação do equipamento, que passa pela fase de britagem e moagem. Em seguida, os resíduos do processo anterior são divididos por granulometria com a ajuda de peneiras especializadas.

Depois, eles passam por uma separação magnética, que separa resíduos magnéticos dos não magnéticos. Por fim, os não magnéticos são divididos em condutores e não condutores de corrente elétrica por meio do mecanismo de separação eletrostática.

A reciclagem química ocorre pelo processo de hidrometalurgia, uma extração de metais feita por meio da lixiviação com água-régia (75% de ácido clorídrico e 25% de ácido nítrico) ou ácido-sulfúrico. Nele, obtêm-se frações pesadas (metais) e frações leves (plásticos e cerâmicos).

Por fim, a reciclagem térmica se dá pelo processo de pirometalurgia, que consiste em converter os metais em diferentes estados de pureza ao passarem por altas temperaturas. O processo exige grande energia para incinerar as placas e obter um metal concentrado, que segue para a separação eletrostática.

No Japão, por exemplo, as lojas costumam receber vários celulares antigos por dia. Lá, esses telefones são colocados em uma espécie de panela de pressão de grande porte a 500°C. Após 12 horas, é obtido um material escuro, que é levado para separação, onde se obtém os metais como prata, ouro e cobre.

Uma mineradora japonesa conseguiu produzir uma barra de dez quilos de ouro a partir dos metais encontrados nos celulares. Tudo é reutilizado – os outros metais voltam para o mercado na forma de equipamentos novos e o plástico se transforma em óleo combustível das máquinas.

Segundo o relatório From Waste to Resources da UNEP, uma tonelada de celulares renderia:

Portanto, é necessário que o lixo eletrônico seja descartado em locais corretos para que possa ser reciclado. Você pode procurar postos de descarte no mecanismo de busca gratuito do Portal eCycle. A presença de tantos componentes tóxicos nos equipamentos eletrônicos é o que faz com que a disposição correta do lixo eletrônico seja tão importante. Se você tem resíduos eletrônicos em casa, consulte os postos de descarte e faça sua parte para que o seu lixo eletrônico não se transforme em lixo tóxico.

Um estudo publicado na Yale School of the Environment mostrou que a reciclagem insegura de baterias de chumbo, principalmente de automóveis, é letal e crescente cicatriz do planeta. Mas, de alguma forma, a epidemia de envenenamento por esse negócio altamente lucrativo raramente é vista como um escândalo global. A maioria das pessoas nunca ouviu falar disso.

A indústria automobilística parecia ter retirado o chumbo de seu currículo ambiental com a eliminação quase total, nas últimas décadas, dos aditivos desse metal na gasolina. Como consequência, os níveis de chumbo no sangue caíram em centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, muitas vezes de forma dramática.

Mas agora, esses níveis estão subindo novamente, diz Richard Fuller, CEO da Pure Earth, uma organização sem fins lucrativos com sede em Nova York, em grande parte porque ninguém pensou em chumbo em baterias de automóveis, embora eles liguem quase todos os 1,4 bilhão de veículos no estrada hoje.

Temos a tendência de pensar na reciclagem como uma coisa boa e pura. Mas não da maneira como se faz com chumbo nas baterias. O chumbo, um dos metais mais ubíquos e venenosos, também está entre os mais reciclados, com mais de 6 milhões de toneladas coletadas para reaproveitamento a cada ano. As baterias de chumbo são “o produto de consumo mais reciclado do mundo”, de acordo com a International Lead Association, uma entidade comercial com sede em Londres. Graças à reciclagem, quase não conseguimos mais chumbo.

Cerca de 85% do chumbo em uso hoje vai para baterias, principalmente para automóveis. E quando as baterias acabam, 99% desse chumbo é reciclado para fazer novas baterias. O negócio é tão universal porque, ao contrário do lixo eletrônico, por exemplo, é muito lucrativo.

Mas aí está um problema. Muitas pessoas querem uma fatia da ação. Dezenas de milhares de destruidores de baterias e empresas de fundição em todo o mundo estão buscando lucrar, coletando um estoque abundante de baterias usadas para se transformar em um novo produto. Com pouca regulamentação, o resultado costuma ser letal.

Em muitos países, as pequenas operadoras superam a concorrência da indústria legítima, porque seus baixos custos significam que podem pagar mais para comprar baterias usadas. Até a metade de todas as baterias acabam na economia informal, “onde operações de reciclagem não regulamentadas e muitas vezes ilegais quebram caixas de baterias abertas, derramando ácido e pó de chumbo no solo e fundem chumbo em fornalhas ao ar livre que expelem gases tóxicos e poeira que contaminar os bairros vizinhos ”, de acordo com um relatório publicado em julho pela Pure Earth e UNICEF, a agência infantil da ONU.

Plumas de poluição no ar, no solo e na água há muito tempo são documentadas em grandes e pequenas obras de reciclagem e fundição de chumbo. Os médicos sabem que o chumbo é facilmente inalado ou ingerido. Ele entra na corrente sanguínea, que o entrega de forma eficiente aos órgãos, desde o sistema gastrointestinal até o cérebro.

Algumas grandes empresas dizem que querem ajudar. A superpotência da indústria Clarios, que fabrica um terço das baterias automotivas do mundo, começou recentemente a financiar esforços da UNICEF e da Pure Earth para fazer lobby por uma limpeza global. Mas outros resistem. A India Lead Zinc Development Association considerou o estudo bem pesquisado e sóbrio da Toxics Link “exagerado e totalmente falho “.

Mas, mesmo com um endurecimento dos padrões operacionais, permanecerá um enorme legado de locais contaminados. Em todo o mundo, Fuller acredita que pode haver até 90.000 fábricas de reciclagem informal operando atualmente, a maioria envenenando o meio ambiente e as pessoas. “Mas não sabemos. Quanto mais você olha, mais você encontra”.

Ainda assim, há esperança. Em julho deste ano, ativistas quenianos obtiveram uma grande vitória nos tribunais contra o governo queniano e as duas empresas de refino de metal que operavam em Mombaça. Os juízes concederam US $ 12 milhões em indenização por mortes e impactos na saúde da planta de reciclagem de baterias de Mombaça – e ordenaram uma limpeza. Já é um começo.

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