Tomar | Antiga Central Elétrica da Levada ganha nova vida e abre ao público | Médio Tejo

2022-09-24 02:25:03 By : Ms. celina Huang

Uma região, um jornal

A Central Elétrica de Tomar vai abrir ao público a partir de 1 de março, Dia da Cidade, enquanto núcleo museológico que vai lembrar os tempos do fornecimento de energia à cidade e recordar que Tomar foi das primeiras cidades a receber a iluminação pública elétrica no país. Aquele espaço será inaugurado este sábado, dia 29 de fevereiro, pelas 17h00, com a iniciativa a integrar o programa dos “Dias de Thomar” – evento comemorativo das duas efemérides da elevação a cidade em 1844 e da fundação do castelo em 1160.  O Núcleo Museológico da Central Elétrica de Tomar estará aberto ao público no domingo, dia 1 de março, a partir das 10 horas.

Segundo a autarquia, responsável pelo projeto, este é mais um passo na “continuação das ações de reabilitação e requalificação” da Levada tomarense, sendo que a Central Elétrica vai ser “a primeira unidade industrial do Complexo Cultural da Levada de Tomar a abrir as portas ao público, dando formalmente início ao seu novo uso cultural”.

Numa primeira fase, o núcleo museológico da antiga central elétrica vai dispor de uma exposição de longa duração “que apresenta e reflete a memória daquele equipamento industrial nas suas diferentes dimensões materiais e imateriais”. O museu pretende “proporcionar a apresentação e interpretação de diferentes equipamentos de produção de energia elétrica, assim como a história da eletrificação em Tomar”.

O novo equipamento cultural vai traçar a viagem no tempo sobre a Central Elétrica de Tomar, inaugurada a 1 de julho de 1901, que “surgiu com o propósito de fornecer eletricidade às 100 lâmpadas de 16 velas para a cidade”, não descurando ainda o facto de Tomar ter sido “uma das primeiras cidades do país, depois de Elvas e Vila Real, a dispor de iluminação pública elétrica”.

Com esta abertura ao público e reaproveitamento deste espaço histórico, a autarquia pretende continuar o caminho da preservação e valorização do património cultural tomarense, devolvendo “um legado industrial e testemunho da história do desenvolvimento local à fruição pública”.

O Núcleo Museológico da Central Elétrica de Tomar, no Complexo Cultural da Levada, vai estar aberto de terça-feira a domingo, durante o período de inverno (de outubro a março) das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00. Durante o verão (de abril a setembro) o horário para visita será das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Sobre a Central Elétrica da Levada de Tomar:

A Central Elétrica da Levada de Tomar, classificada como património de Interesse Público, insere-se num imóvel do século XX e conserva equipamentos que permitem interpretar e apresentar ao público, no contexto do Complexo Cultural da Levada, três formas de produção de energia elétrica: hidráulica, a vapor e a diesel. Foi a 1 de julho de 1901 que a empresa Cardoso d’Argent inaugurou a primeira central elétrica, construída no espaço de antigos lagares da Ordem de Cristo e destinada a fornecer eletricidade às 100 lâmpadas de 16 velas na cidade de Tomar.

Seguidamente vendida a Jean Bourdain e Cia, em 1909 a central deixou de funcionar devido a uma grande cheia. A iluminação da cidade voltar a fazer-se a petróleo.

Em 1910, a central elétrica foi vendida à Sociedade Manuel Mendes Godinho, com o propósito de vir a alimentar também a moagem A Portuguesa. Em 1916, a empresa ampliou a central, que veio a receber sucessivos novos equipamentos. Para uma turbina a vapor (em 1919), terá sido instalada uma caldeira geradora, de tubos (mais tarde destruída), equipada de uma chaminé de tijolo e respetiva conduta, as quais se mantiveram até hoje e fazem parte do conjunto patrimonial.

Na década de 1950 a concessão de eletricidade terminou, ficando a central apenas a trabalhar para a Sociedade Manuel Mendes Godinho e a cidade de Tomar passou a estar ligada ao fornecimento da barragem de Castelo de Bode.

Em 1976, a Central Elétrica acolheu uma Exposição de Arqueologia Industrial, a primeira realizada no país.

Fonte: Museus da Energia / CM Tomar

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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